Projeto 4
GRAMÁTICA DO
PORTUGUÊS
Coordenadores:
Jussara Abraçado (UFF/CNPq) - mjabracadoalmeida@id.uff.br
Carlos Alexandre Gonçalves (UFRJ) - carlexandre@bol.com.br
______________________________________________________
XX CONGRESSO ALFAL 2024
GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS
Tempo de apresentação:
20 minutos
Segunda-Feira – 22/01
12h00 - 14h00
12:00
DESINÊNCIAS DE
GÊNERO E VOGAIS TEMÁTICAS NOMINAIS: UM DEBATE À
LUZ DA GCBU SOBRE FORMA E SIGNIFICADO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Wallace Carvalho
Instituo Federal
de Educação, Ciência
e Tecnologia do Rio
de Janeiro
12:20
CONSTRUÇÕES
ORACIONAIS CONCESSIVAS EM PORTUGUÊS: ANÁLIS E BASEADA NO USO
Thiago dos Santos Silva
Universidade
Federal do Rio de Janeiro
Maria Maura Cezário
Universidade Federal
do Rio de Janeiro
12:40
MORFOLOGIA NÃO CONCATENATIVA
EM PERSPECTIVA
CONSTRUCIONISTA:
REPRESENTANDO A FLEXÃO VERBAL “IRREGULAR” DO
PORTUGUÊS BRASILEIRO
Diogo Pinheiro
Universidade
Federal do Rio de Janeiro
Vítor de Moura Vivas
Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro
13:00
Perguntas e comentários sobre os trabalhos apresentados
8:30
UMA VISITA À
PERIFERIA DA GRAMÁTICA: SINTAXE E PRAGMÁTICA EM DUAS
CONSTRUÇÕES IDIOMÁTICAS DO PB
Diogo Pinheiro
Universidade Federal
do Rio de Janeiro
8:50
MARCADORES
DISCURSIVOS NA GRAMÁTICA PORTUGUÊS: TRAJETÓRIA
E CATEGORIZAÇÃO
Mariangela Rios de Oliveira
Universidade Federal
Fluminense/ CNPq
9:10
PADRÕES DE
VOZ NAS VARIEDADES BRASILEIRA E EUROPEIA DO PORTUGUÊS SOB A PERSPECTIVA
COGNITIVA: A VOZ MÉDIA EM QUESTÃO
Jussara Abraçado
Universidade Federal
Fluminense/ CNPq
9:30
A GRAMÁTICA DA
FALA E DA ESCRITA PARA USOS DE “SUPER” NO PORTUGUÊS
Helena Rebelo
CLLC da Universidade de Aveiro/ Universidade da Madeira
9:50
MOSTRAS DA EVOLUÇÃO DO GALEGO NO ÂMBITO GALEGO-PORTUGUÊS
Francisco Dubert-García
Instituto da Lingua Galega / Universidade de Santiago de Compostela
Xulio Sousa
Instituto da Lingua Galega / Universidade de Santiago de Compostela
10:10
Perguntas e
comentários sobre os trabalhos apresentados.
8:30
CONSTRUÇÕES DE ESPAÇO
NO PORTUGUÊS ESCRITO
Roberto Gomes
Camacho
Universidade Estadual
Paulista - São José do
Rio Preto
8:50
A CORRELAÇÃO
CONSECUTIVA SOB A PERSPECTIVA DA GRAMÁTICA DISCURSIVO-FUNCIONAL
Erotilde Goreti Pezatti
Universidade Estadual
Paulista
9:10
CONSTRUÇÃO
CONTRASTIVA: UMA ANÁLISE BASEADA NO USO
Nilza Barrozo Dias
Universidade Federal
Fluminense
9:30
DA REDE [X DE]CONECT À REDE [X
QUE]CONECT
Ivo da Costa do Rosário
Universidade Federal
Fluminense/UFF/CNPq/Faperj
9:50
Perguntas e comentários sobre os trabalhos apresentados.
10:00
Apresentação e discussão de propostas
para o próximo triênio.
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Chamada
para apresentação de trabalhos
XX CONGRESSO ALFAL 2024
PROJETO
4: GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS
Informações sobre a submissão de trabalhos:
1. Os resumos devem ter a seguinte formatação: fonte Times New Roman, 12pt,
com extensão máxima de 300 palavras. O texto deve apresentar minimamente
a delimitação do tema, os objetivos, a metodologia e os resultados obtidos na
análise.
2. A
submissão deve ser realizada no site
do Congresso, no link https://eventospais.cl/sistema_ferial/visitante/form_3371_544_puerta.php, indicando explicitamente que o trabalho está sendo submetido para apresentação (comunicação) no Projeto 4.
3. As
propostas devem se adequar ao princípio comum do projeto no
que diz respeito a concepção de gramática constituída e centrada no uso efetivo da língua.
4. Os trabalhos podem ter qualquer um dos seguintes suportes
teóricos: Sociolinguística; Funcionalismo
clássico; Gramática Funcional; Gramáticas
Discursivo-funcional; Gramática
Sistêmico-funcional; Linguística Funcional Centrada no Uso; Gramática
de Construção e Gramática Cognitiva.
5.
Considerando-se a possibilidade de publicação, sugere-se o seguinte roteiro
para o trabalho:
Eleger um fenômeno característico da gramática de uma ou mais
variedades do português.
Buscar
responder às seguintes
perguntas sobre o fenômeno em estudo:
O que diz a tradição normativa?
O que dizem os linguistas?
O que mostram os dados de uso da língua?
6. Cada apresentação durará 25 minutos (20 para a apresentação do trabalho e 05
minutos para debate). As submissões deverão seguir os prazos e normas gerais
definidos para apresentação de trabalho no XX Congresso da ALFAL.
DIRETRIZES
E PROPOSTA DE TRABALHO DO
PROJETO GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS PARA O TRIENIO 2022 - 2024
OBJETIVO:
Reunir estudiosos das diversas variedades do português que possam contribuir
para a teorização linguística e para a divulgação da língua portuguesa nos seus
vários níveis de análise linguística.
PRINCÍPIO
COMUM: concepção de gramática
discursiva e cognitivamente motivada, constituída e centrada no uso efetivo da
língua.
PARA
O QUADRIÊNIO 2022/2025, TEMOS O DESAFIO DE DESENVOLVER PESQUISAS COM FOCO EM:
1. Descrição de
fenômenos das variedades do português.
2. Estudos históricos e comparativos entre
variedades.
3. Especificidades da gramática do português
falado e do português escrito.
4. Relações entre conversação e gramática.
5. Língua em uso, cognição e gramática.
6. Ensino de Português como primeira e/ou
segunda língua.
______________________________________________________
XIX Congresso Internacional
ALFAL 2021
8 a 13 de agosto
Remoto
______________________________________________________
Chamada para
apresentação de trabalhos XIX ALFAL 2021
PROJETO GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS
Informações sobre a submissão de trabalhos:
1. Tipos de participação: sessões coordenadas
(com até quatro trabalhos) e comunicações individuais
2. Os resumos devem ter a seguinte formatação: fonte
Times New Roman, 12pt, com extensão máxima de 300 palavras. O texto deve
apresentar minimamente a delimitação do tema, os objetivos, a metodologia e os
resultados obtidos na análise. No caso de sessões coordenadas, o resumo com a
proposta da sessão deve ser enviado diretamente para os coordenadores do
projeto (mjabracadoalmeida@id.uff.br;
carlexandre@bol.com.br), com a
indicação do coordenador da sessão (com título de Doutor) e dos outros
participantes.
3. As propostas devem se adequar ao princípio
comum do projeto no que diz respeito a concepção de
gramática discursiva e cognitivamente motivada, constituída e centrada no uso
efetivo da língua.
4. Os trabalhos podem ter qualquer um dos
seguintes suportes teóricos: Funcionalismo clássico; Gramática Funcional;
Gramática Discursivo-funcional; Gramática Sistêmico-funcional; Linguística
Funcional Centrada no Uso; Gramática de Construções e Gramática Cognitiva.
5. Considerando-se a possibilidade de
publicação, sugere-se o seguinte roteiro para o trabalho:
• Eleger um fenômeno característico da
gramática de uma ou mais variedades do português.
• Buscar responder às seguintes perguntas sobre
o fenômeno em estudo:
• O que diz a tradição normativa?
• O que dizem os linguistas?
• O que mostram os dados de uso da língua?
6. Cada apresentação durará 20 minutos. As
submissões deverão seguir os prazos e normas gerais definidos para apresentação
de trabalho no XIX Congresso da ALFAL.
7. A submissão deve ser realizada via inscrição
no site do evento XIX Congresso ALFAL - 08 a 13/08/2021 / XIX Congreso
ALFAL - 08 al 13/08/2021 (google.com), indicando
explicitamente que está sendo submetido para apresentação no Projeto 4. Para as
sessões coordenadas, ao lado do título da comunicação, deve também constar o
nome da sessão.
Diretrizes e proposta
de trabalho do Projeto Gramática do Português para o triênio 2019-2022
Objetivos: congregar estudiosos de aspectos
gramaticais das diferentes variedades do português com vias a explicitar
relações entre conversação e gramática; fornecer dados e contribuições para a
teorização linguística; contribuir para a promoção da língua portuguesa nos
seus vários níveis de análise linguística.
Princípio comum: concepção de gramática
discursiva e cognitivamente motivada, constituída e centrada no uso efetivo da
língua.
Bases teóricas que fundamentam as pesquisas
desenvolvidas no âmbito do projeto: Funcionalismo clássico; Gramática
Funcional; Gramática Discursivo-funcional; Gramática Sistêmico-funcional;
Linguística Funcional Centrada no Uso;
Gramática de Construções e Gramática Cognitiva.
Para o quadriênio
2019/2022, temos como desafio desenvolver pesquisas voltadas para
1. Relações entre conversação e Gramática.
2. Especificidades da gramática do português
falado e do português escrito.
3. Língua em uso, cognição e gramática.
4. Estudos comparativos entre variedades do
português.
5. Ensino do português.
___________________________________________________________
Comissão de
Planejamento e Assessoramento das Atividades de Pesquisa e de Publicação: Ataliba de Castilho, Maria Helena
de Moura Neves, Roberto Camacho e Vânia Casseb
Galvão.
Objetivos: congregar estudiosos de aspectos
gramaticais das diferentes variedades do português com vias a explicitar relações entre conversação e gramática;
fornecer dados e contribuições para a teorização linguística; contribuir
para a promoção da língua portuguesa como principal mecanismo de
interação social e mostração da identidade de seus
usuários.
Princípio comum: concepção de gramática discursiva e
cognitivamente motivada, constituída e centrada no uso efetivo da língua.
Os trabalhos podem ter
qualquer um dos seguintes suportes teóricos: Funcionalismo clássico;
Gramática Funcional; Gramática Discursivo-funcional; Gramática
Sistêmico-funcional; Linguística Funcional Centrada no Uso; Gramática de
Construções e Gramática Cognitiva.
Para o quadriênio
2019/2022, temos como desafio:
- Desenvolver
pesquisas voltadas para o projeto coletivo de investigar as relações entre
conversação e gramática.
Enquadrar os estudos
realizados no âmbito do projeto em uma das três linhas de pesquisa:
1. Análise da
Conversação e Linguística do texto: da conversação para a organização textual.
2. Especificidades
da gramática da língua falada.
3. Língua falada e
ensino.
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XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL
Bogotá
D.C. - Colômbia
24-28
de julho de 2017
PROGRAMAÇÃO GERAL
DIA/HORÁRIO |
ATIVIDADE |
25/07 8h - 8h20 8h20 - 09h40 9h40 - 10h25 10h25 - 10h35 10h35 - 11h05 11h05 - 11h50 11h50 - 12h |
Especificidades
do português. A proposta do Projeto Gramática do Português para a Alfal/2017 Vânia Cristina Casseb
Galvão (UFG/CNPq/FAPEG) Aspectos
políticos, pedagógicos e linguísticos da produção de uma gramática do
português brasileiro Maria Helena de Moura Neves
(UNESP/Mackenzie/CNPq) Roberto Gomes Camacho (UNESP/CNPq) Vânia Cristina Casseb
Galvão (UFG/CNPq/FAPEG) Estrutura linguística e processos cognitivos
gerais Maria
Angélica Furtado da Cunha (UFRN) Intervalo Dêixis de Lugar e
Esquemas Imagéticos em Amostras de Fala do Português Brasileiro Jussara
Abraçado (UFF) almeidamja@globo.com Rachel Maria
Campos Menezes de Moraes (UFF) rachel.maria.moraes@gmail.com Relação entre pragmática e morfossintaxe: a ordenação de
constituintes do sintagma Erotilde Goreti Pezatti
(UNESP/SJRP) Encaminhamentos |
26/07 8h - 8h30 8h30 - 9h 9h - 9h30 9h30 - 10h 10h - 10h10 10h10 - 10h40
10h40 - 11h10 11h10 - 11h55 11h55 - 12h |
A gramaticalização do item “mesmo” em Quirinópolis-Goiás, centro-oeste
brasileiro Marília
Silva Vieira (UEG) A continuidade
referencial e tópica nos livros didáticos de história Talita Moreira de Oliveira (UFRJ) Relações de
transparência e opacidade no português brasileiro Joceli Catarina Stassi
Sé (UFSCar) Restrições de
acessibilidade das orações relativas em textos iniciais infantis Gabriela Oliveira-Codinhoto
(UFAC) Intervalo Propriedades
semânticas de modificadores de estados de coisa Helker Nhoato (UNESP – SJRP) Ciclo
de controle cognitivo e gramaticalização de completivas do português Gisele Cássia de Sousa
(UNESP-SJRP) Uma consideração
sistêmico-discursiva do uso de advérbios em diferentes gêneros em língua
portuguesa Maria Helena de Moura Neves
(Mackenzie/UNESP/CNPq) Encaminhamentos |
27/07 8h - 8h30 8h30 - 9h 9h - 9h30 9h30 - 10h 10h - 10h15 10h15 - 10h45 10h45 - 11h15 11h15 - 12h 12h - 12h10 |
Transitividade
verbal em editoriais de jornal à luz da gramática de construções Eleone Ferraz de Assis (UFG/UEG) Grau do verbo e
mudança construcional José Romerito Silva (UFRN/D&G) Padrão construcional
de relativas restritivas no português brasileiro Edvaldo Balduino
Bispo (UFRN/D&G) A esquematização de
construções subjetivas Nilza Barroso Dias (UFRJ) Intervalo Construções
complexas subjetivas em rede Sebastião Carlos Leite Gonçalves (UNESP/CNPq) “Meu irmão
perdeu em Goiânia, ele não sabe andar direito aqui” Déborah
Magalhães de Barros (UEG) Vânia
Cristina Casseb Galvão (UFG/CNPq/UEG) Pronomes locativos
na formação de construções da gramática do português brasileiro Mariangela Rios de Oliveira (UFF) Encerramento |
Observações: A
programação do Projeto 4 - “Gramática do Português” consta de uma roda de
conversa (1h20min), quatro conferências (45 min. cada) e comunicações
individuais (25 minutos de apresentação e 5 min. para discussão).
RESUMOS
1.
Aspectos políticos, pedagógicos e linguísticos
da produção de uma gramática do português brasileiro
Ataliba T. de Castilho (USP/UNICAMP/CNPq/FAPEG)
ataliaba@uol.com.br
Maria Helena de Moura Neves
(UNESP/Mackenzie/CNPq)
mhmneves@uol.com.br
Roberto Gomes Camacho (UNESP/CNPq)
camacho@ibilce.unesp.br
Vânia Cristina Casseb
Galvão (UFG/CNPq/FAPEG)
vaniacassengalvao@gmail.com
Nesta roda de conversa,
Maria Helena de Moura Neves e Ataliba Castilho, dois
importantes gramáticos e pesquisadores do português brasileiro, são instigados
a discutir aspectos políticos, pedagógicos e linguísticos suscitados tanto no processo de criação quanto no de
publicação de suas obras gramaticais de base funcionalista, respectivamente,
a “Gramática de Usos do português” e a “Nova gramática do português brasileiro’
(2010). Alguns pressupostos orientam a condução das discussões: a definição de
uma obra gramatical implica a opção por um determinado aporte teórico; a atenção
a processos criativos ativados pelos usuários na interação social é uma atitude
de engajamento político; gramáticas de uso da língua ganham especial
ressonância na formação escolar, espaço de formação identitária
e cidadã.
2.
“Meu irmão perdeu em Goiânia, ele não
sabe andar direito aqui”
Déborah
Magalhães de Barros (UEG)
deborah_barros@hotmail.com
Vânia Cristina
Casseb Galvão (UFG/CNPq/UEG)
vaniacassebgalvao@gmail.com
A supressão de
pronomes é uma especificidade da fala brasileira e se mostra na gramática em
diferentes contextos e variedades. Nesta comunicação, trataremos desse fenômeno
no contexto da voz reflexiva. Apresentamos uma descrição e análise de usos da
fala goiana, uma variedade do português brasileiro que tem como uma de suas
especificidades a elaboração estrutural da voz reflexiva sem a marca
pronominal, ao contrário do que preconiza a tradição gramatical. Esse fenômeno não é exclusivo da fala goiana e já foi descrito por outros estudiosos, como, D’Albuquerque (1984), Galves (1986), Nunes (1991), Rocha (1999), Melo (2005) e Pereira, 2007), mas Barros
(2010, 2016) verificou altíssima frequência de construções reflexivas
morfologicamente não marcadas nessa variedade. A partir de uma abordagem construcional (Goldberg, 2006; Croft,
2001, Traugott e Troudale,
2013 etc), descrevemos os padrões construcionais
atualizados nesses usos e apresentamos correlações desse fenômeno com outros que
definem a gramática do português brasileiro.
3. Padrão construcional de relativas
restritivas no português brasileiro
Edvaldo Balduino
Bispo (UFRN/D&G)
edbbispo@gmail.com
Discuto, neste trabalho, formas de
organização de orações relativas restritivas desenvolvidas no português
brasileiro (PB) em perspectiva diacrônica. O objetivo é identificar um padrão
esquemático mais geral que sancione diferentes formas de codificação das
relativas e correlacioná-las a funções cognitivas e interacionais. O quadro
teórico-metodológico no qual a discussão se assenta é a Linguística (Funcional)
Centrada no Uso, tal como delineada em Martelotta
(2011) e Furtado da Cunha e Bispo (2013). Ademais, agrego contribuições da
Gramática de Construções, nos moldes de Croft (2001),
Traugott e Trousdale (2013)
e Hilpert (2013). Os dados empíricos para análise,
exemplares do português escrito nos séculos XVIII, XIX e XX, são extraídos de
cartas particulares escritas no estado de Minas Gerais, que fazem parte do corpus
mínimo do projeto Para a História do Português Brasileiro (PHPB) e do corpus
Discurso & Gramática (FURTADO DA CUNHA, 1998). Os resultados mostram um
esquema geral que licencia duas estruturas subesquemáticas,
uma das quais se caracteriza pela presença/ ausência de preposição antes do
elemento introdutor da relativa, enquanto a outra é marcada pelo uso de pronome
cópia correferente a esse elemento. Economia versus
expressividade, proximidade versus distância social entre
correspondentes, além de outros aspectos, estão relacionados aos usos desses
padrões esquemáticos e, mais particularmente, a microconstruções
por eles sancionadas.
4. Transitividade verbal em editoriais de
jornal à luz da gramática de construções
Eleone Ferraz de Assis (UFG/UEG)
leo.seleprot@gmail.com
Esta comunicação dedica-se, com base nos postulados de Goldberg (1995, 2006), analisar como o fenômeno da transitividade verbal se
manifesta nos editoriais do jornal O
Popular, de Goiânia, GO. O estudo trata a organização transitiva
nesses editoriais com base nos aportes teóricos da Gramática de Construções
(GOLDBERG, 1995, 2006), ampliando a compreensão da transitividade, com o
intuito de verificar como o pareamento de forma (sintática) com o significado
(funções semântica, pragmática e discursiva) se articula para produzir sentidos
nesses textos. A hipótese é a de que o locutor constrói sentidos a partir de
uma matriz conceitual, mais transitiva, que fornece material cognitivo para a
representação de eventos que podem ser descritos por meio de um continuum+ concreto> + abstrato, tendo como molde a
predicação transitiva básica, SN1 V SN2. A descrição e a análise do modo como a transitividade se apresenta nesses textos fornecerão dados
para possíveis aplicações no ensino de língua portuguesa dos princípios e
categorias cognitivo-funcionais do tratamento da transitividade como um
fenômeno construcional. Fundamenta-se
a discussão na Gramática de Construções (LANGACKER, 1987, 2005, 2008;
GOLDBERG, 1995, 2006) e na teoria de gêneros textuais (BAWARSHI; REIFF, 2013;
DIONISIO; MACHADO; BEZERRA, 2010; MARCUSCHI, 2008; SOUSA, 2012; SWALES, 2004). A pesquisa demonstrará que as construções do
sistema de transitividade verbal no editorial de jornal são pareamentos entre
forma e significado arquitetados a partir de um mapeamento mental da estrutura
de predicado já mais ou menos estruturada que determina a posição do enunciador
e produz os efeitos de sentidos desejados no leitor.
5.
Relação entre pragmática e morfossintaxe: a ordenação de
constituintes do sintagma
Erotilde Goreti
Pezatti (UNESP/SJRP)
pezatti@sjrp.unesp.br
Considerando que conceitos que envolvem
motivações discursivas raramente são levadas em conta pela tradição gramatical,
devido mesmo à proposta, aos objetivos, à fundamentação científica e
metodológica que caracterizam esse modelo teórico, esta conferência
apresentamos os resultados do estudo que investiga a ordenação no sintagma dos marcadores interpessoais,
que tradicionalmente têm sido denominados de
palavras denotativas, expletivos, advérbios de inclusão e de
exclusão etc. Tomando ocorrências
reais de uso, extraídas de cartas e anúncios dos séculos XIX e XX, contidos no corpus do Projeto para a História do Português Brasileiro, que se encontra
catalogado na Plataforma de Corpora (https://sites.google.com/site/corporaphpb), este estudo mostra que palavras como mesmo,
até, ainda, também, unicamente, exclusivamente, só, somente,
principalmente,
especialmente e construções clivadas constituem
estratégias linguísticas usadas pelo falante para atingir seu objetivo comunicativo,
com base nas expectativas que tem do estado mental do destinatário. Assim, baseados no aparato teórico a Gramática
Discursivo-Funcional, (Hengeveld; Mackenzie, 2008),
os resultados revelam que essas palavras, apesar de incluídas sob o mesmo rótulo
na tradição gramatical, servem a propósitos distintos: constituem uma
estratégia do falante para i) corrigir uma informação pragmática do
destinatário (só, apenas; ii)
acrescentar outra informação que considera importante o destinatário conhecer (também); iii) selecionar a informação
mais importante para o destinatário inserir em sua informação pragmática (especialmente, principalmente, sobretudo);
iv) substituir uma informação incorreta pela que ele considera a correta (é...que); e v) salientar constituintes (mesmo, até, ainda). Além disso,
cada uma dessas estratégias assume uma posição específica dentro do sintagma
que escopa, conforme proposta de Pezatti (2014). Os
resultados mostram que, de modo geral, os marcadores de Ênfase, de
Exemplificação e de Contraste posicionam-se sempre em
PI do sintagma. Por outro lado, o operador de Ênfase é...que ocupa sempre a posição PF
do sintagma, retroagindo seu escopo para trás.
6. Restrições de acessibilidade das orações relativas em textos iniciais
infantis
Gabriela Oliveira-Codinhoto (UFAC)
gabrielaolvr@gmail.com
Este trabalho tem como objetivo a análise das
orações relativas em textos produzidos no Ensino Fundamental I por 14 crianças
de duas escolas de São José do Rio Preto-SP, de modo a estabelecer as restrições
de acessibilidade de tal construção. A acessibilidade das orações relativas é
tradicionalmente estudada a partir da Hierarquia de Acessibilidade (HA) de Keenan e Comrie (1977), que
elege, essencialmente, motivações morfossintáticas que condicionam a
acessibilidade às relativas. Em conformidade com o ponto de vista funcionalista adotado aqui, o
fundamento principal de nossa hipótese não está somente na codificação
morfossintática em termos de relações gramaticais, como assumem Keenan e Comrie (1977), mas nos
processos de formulação de natureza pragmática e semântica, por um lado, e
cognitiva, por outro, como postulam Dik (1997) e O'Grady (2011). A análise dos
dados da escrita inicial infantil permite confirmar a hipótese de O’Grady (2011) de que não há, em
línguas de relativas pós-nominais como o português, uma supremacia de
acessibilidade do sujeito em detrimento do objeto, como prevê a HA, uma vez que
ambos dispõem do mesmo estatuto cognitivo e funcional: a principal diferença
entre as duas funções sintáticas mais básicas HA é motivada por diferenças
semânticas do item relativizado. Além disso, desenvolvimento do processo de
escolarização, mais do que propiciar aos alunos o conhecimento de traços e
propriedades morfossintáticos das relativas, ativa um domínio maior das
variáveis contextuais de uso, o que gera, consequentemente, um acréscimo não só
de frequência, mas também de qualidade da informação construída.
7. Ciclo de controle
cognitivo e gramaticalização de completivas do português
Gisele Cássia de Sousa
(UNESP-São José do Rio Preto)
giselecs@ibilce.unesp.br
O objetivo deste
trabalho é analisar motivações cognitivas subjacentes à gramaticalização de
construções com complemento oracional. Pretende-se, especificamente, demonstrar
que as formas de redução de complexos completivos bioracionais,
que se tornam mono-oracionais, resultam da atuação do
modelo cognitivo do Ciclo de Controle, proposto por Langacker
(1999, 2004, 2013) e que se aplica a diferentes tipos de estruturas
gramaticais. Os dados analisados são de construções com o verbo ver extraídas de amostras de fala
disponíveis no “Corpus do Português”
(DAVIES, 2006). As análises revelam que, para as completivas em foco, o domínio
ativado pelo significado da construção (físico, mental, discursivo) determina o
tipo de entidade alvo do controle e da gramaticalização envolvidos. Também a
depender do alvo do controle cognitivo, ativam-se significados subjetivos e
intersubjetivos que passam a compor as construções mais gramaticalizadas
no processo. De modo mais amplo, o estudo, que se desenvolve sob uma
perspectiva cognitivo-funcional, pretende contribuir para o entendimento da
subordinação e de seu real funcionamento no sistema gramatical do português.
8.
Propriedades
semânticas de modificadores de estados de coisa
Helker Nhoato
(UNESP - IBILCE)
helker.nhoato@gmail.com
O objetivo principal deste trabalho
é desenvolver um estudo analítico da natureza semântica dos modificadores de núcleo
nominal, restringindo-se àqueles que denotam entidades de segunda ordem ou
estados de coisas (LYONS, 1977; HENGEVELD, 2008), com base nos pressupostos
teórico-metodológicos da Teoria da Gramática Funcional (DIK, 1989; 1997) e da
Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008). A amostra a ser
analisada é extraída do córpus Iboruna
coletado pelo Projeto ALIP. A investigação aqui proposta prioriza, no
SN, as propriedades pragmáticas e semânticas dos adjetivos como uma motivação
para evocar um subato de referência e para
estabelecer uma denotação, respectivamente nos níveis Interpessoal e
Representacional, com reflexos para a constituição formal dos constituintes no
nível Morfossintático.
A análise da relação que os
modificadores estabelecem com esse tipo semântico de núcleo nominal se baseia
também na classificação proposta por Negrão et alii
(2014), que separam os adjetivos em argumentais e predicadores de núcleo, ou
seja, itens lexicais que saturam uma posição aberta pelo substantivo deverbal e
os que abrem posições temáticas que são, por seu lado, saturadas por um
substantivo-núcleo. A análise semântica dos modificadores baseia-se na
tipologia postulada por Rijkhoff (2002) e por
Castilho (2010). Os resultados destacam que sintagmas nominais, cujos núcleos
são estados de coisa, têm também como modificadores adjetivos predicativos
psicológicos e não-psicológicos e adjetivos
predicativos quantificadores. Portanto, nomes de segunda ordem não têm o
referente nuclear modificado apenas por adjetivos de natureza argumental. Há
elementos satélites que abrem posições temáticas e que são saturadas pelo
referente nuclear.
9. Relações de transparência e
opacidade no português brasileiro
Joceli Catarina Stassi
Sé (UFSCar)
jocelistassise@hotmail.com
Este trabalho investiga relações de
transparência e opacidade no português brasileiro, à luz da Gramática
Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008). Parte-se da hipótese que o PB seria uma variedade
mais transparente, devido ao rico contato histórico com outras línguas em seu
processo de formação. Compreendendo transparência como uma relação biunívoca
entre forma e significado, o propósito desta pesquisa é investigar a variedade
brasileira para estabelecer seu grau de transparência a partir da testagem dos
parâmetros morfossintáticos apontados por (HENGEVELD, 2011a). Para atingir tal
objetivo mapeou-se o sistema linguístico do PB, investigando fenômenos desse
nível de codificação, tais como: alçamento; expletivo; cópia de marcação de tempo; gênero, declinação; conjugação; concordância e morfologia fusional, bem como seu tratamento nas gramáticas
tradicionais e seu uso no discurso,
observando a ocorrência de redundância, desintegração de domínio, fusão e
formas sem significado (LEUFKENS, 2015). Esta etapa da pesquisa se restringiu ao NM com a intenção de
isolar os parâmetros referentes a esse nível e testá-los na sistematização e
determinação das propriedades opacas e transparentes dessa variedade. O corpus foi composto por
inquéritos do CORPUS MÍNIMO do Projeto da Norma Urbana Culta (NURC) e por
inquéritos do IBORUNA, banco de dados online
do Projeto de Amostras Linguísticas do Interior Paulista (ALIP). Os
resultados indicam que houve presença de todos os fenômenos investigados no NM. Com base nesse resultado, notou-se que o português brasileiro está menos
transparente, contrariando as expectativas iniciais, caminhando para a
opacidade, o que contribui para a complexidade de sua aquisição.
Palavras-chave: GDF, Transparência, Nível Morfossintático
10. Grau do verbo e mudança construcional
José
Romerito Silva (UFRN)
jromeritosilva@hotmail.com
Embora muito recorrente
na comunicação oral e na escrita, o grau do verbo tem sido um fenômeno quase
que completamente ignorado nos estudos linguísticos. Na descrição do português,
as exceções são Almeida (1999), ao tratar de verbos aumentativos e verbos
diminutivos; Lopes (2003), ao focalizar os verbos intensivos; e
Silva (2008), que, abordando a intensificação, incluiu o grau do verbo
em suas análises. A esse respeito, além dos pouquíssimos casos já consagrados
de intensificação verbal com o prefixo super, como superlotar e superestimar,
por exemplo, observamos que, mais recentemente, têm-se mostrado bastante
produtivos usos de verbos intensificados com super, a exemplo de
ocorrências como super quero voltar, super
me identifiquei, super vale à pena, entre outras, em que o
intensificador migra da condição de prefixo formador de palavras para a de
advérbio. Esses usos revelam um novo paradigma de intensificação verbal no
português brasileiro contemporâneo semelhante ao que ocorre em casos como super mal-educado, super à vontade, super
em forma, discutidos em Silva (2001), em que super parece concorrer
com intensificadores canônicos como muito ou bastante. Neste trabalho,
portanto, temos como foco central a intensificação de verbos com super,
partindo da hipótese de que se trata de um fenômeno de mudança construcional. Para tanto, valemo-nos do aparato teórico
metodológico da Linguística Funcional Centrada no Uso. Como material de
análise, utilizamos textos de gêneros variados nas modalidades falada e
escrita. Investigações preliminares apontam que a intensificação verbal com super parece ainda limitar-se à fala ou à escrita
mais próxima da oralidade.
11. Dêixis de Lugar e Esquemas Imagéticos em
Amostras de Fala do Português Brasileiro
Jussara Abraçado (UFF)
almeidamja@globo.com
Rachel Maria Campos Menezes de Moraes (UFF)
rachel.maria.moraes@gmail.com
Os dêiticos de lugar, em amostras de fala do Português
Brasileiro contemporâneo, constituem o tema deste trabalho que, com base em
análise de dados provenientes da Amostra Senso 1980, Projeto Peul – UFRJ, postula haver ligação
entre o acionamento de esquemas imagéticos e o emprego de dêiticos de lugar.
Fundamentado, teoricamente, na Linguística Cognitiva, apoia-se no conceito frame, para desvelar relações entre alguns dos frames mais básicos, ou seja, os esquemas imagéticos, e contextos
de uso de dêiticos de lugar no Português Brasileiro.
11. Estrutura
linguística e processos cognitivos gerais
Maria Angélica Furtado da Cunha (UFRN)
angefurtado@gmail.com
Uma tendência recente de pesquisas vinculadas à
Linguística Funcional norte-americana é a incorporação de pressupostos
teórico-metodológicos da Gramática de Construções à análise de fenômenos
linguísticos. No Brasil, essa corrente de estudos linguísticos tem-se rotulado
como Linguística Funcional Centrada no Uso (FURTADO DA CUNHA et al., 2013;
OLIVEIRA e ROSÁRIO, 2015) e é adotada pelos pesquisadores do Grupo de Estudos
Discurso & Gramática. Esse modelo de abordagem caracteriza-se,
principalmente, pela concepção de língua como uma rede de construções
interconectadas em seus diferentes planos, por relações de natureza diversa,
cuja estrutura é motivada e regulada por fatores cognitivos e sociocomunicativos. Decorre dessa compreensão a defesa do
estudo da língua com base nesses fatores. A articulação da Linguística
Funcional à Gramática de Construções implica reconhecer o papel da cognição no
uso da língua. Nessa linha, o objetivo de uma teoria linguística deve ser
descrever e explicar as propriedades da estrutura linguística em termos da
aplicação de processos cognitivos gerais, os quais operam em outros domínios
cognitivos que não a linguagem. A emergência da estrutura linguística é, pois,
atribuída à aplicação repetida desses processos, sendo a gramática entendida
como a organização cognitiva da experiência do falante com a língua, que é
concebida como um sistema adaptativo complexo. Esta conferência tem por
objetivo discutir essas questões.
12. Uma
consideração sistêmico-discursiva do uso de advérbios em diferentes gêneros em
língua portuguesa
Maria Helena de Moura
Neves
(Mackenzie/ Unesp/
CNPq)
mhmneves@uol.com.br
A classe dos advérbios tem tido uma definição
bastante controvertida, exatamente porque não se obtém uma fórmula definitória que justifique a abrangência tradicionalmente
proposta. Além de exibir um leque bastante extenso de valores semânticos, essa
classe abriga, funcionalmente, elementos díspares: modificam, ou não, um
núcleo; têm tal âmbito de incidência, ou outro; implicam, ou não, circunstanciação; constituem termos acessórios, ou
preenchem casas valenciais; etc. Tal heterogeneidade
coloca a classe como matéria privilegiada para verificação funcional da
frequência de seus elementos, especialmente na sua distribuição pelos
diferentes gêneros discursivos. Nesse sentido, esta conferência trata da classe
dos advérbios no âmbito da pesquisa que se desenvolve, utilizando para verificação
o Córpus de Araraquara (UNESP), em textos (escritos)
de linguagem dramática (Dr), técnico-didática (TD) e
oratória (Or). As análises separam, para evitar
viciar os resultados: a) advérbios de forma própria no léxico da língua; b)
advérbios derivados em –mente
(sempre subclassificados). São ponto
de partida para a discussão estes interessantes resultados de frequência
obtidos: no subconjunto a): Dr - 25% dos advérbios; Or - 10%; TD - 65%; no subconjunto b): Dr
- 15%; Or - 35%; TD - 50%). Entram em discussão
questões que relativizam a frequência e a distribuição das diferentes peças de
marcação adverbial, segundo sua natureza e segundo as especificidades dos
textos, vistos nas suas destinações sociointeracionais.
Em busca das explicações legitimadoras, entra em discussão, particularmente, a
relação entre as hipóteses teoricamente firmadas na proposição da pesquisa e os
correspondentes resultados obtidos, na avaliação dos usos.
13. A gramaticalização do item “mesmo” em Quirinópolis-Goiás, centro-oeste brasileiro
Marília Silva
Vieira (UEG)
vieirasmarilia@gmail.com
Este trabalho
visa investigar o processo de gramaticalização do item mesmo na língua portuguesa, dado o seu uso recorrente em diferentes
contextos discursivos, em que atua como substantivo, adjetivo, pronome,
advérbio e conjunção. O córpus utilizado para a
pesquisa constitui-se de entrevistas realizadas com nativos da cidade de
Quirinópolis, uma cidade situada a cerca de 300 km da capital, Goiânia, no
estado de Goiás, centro-oeste brasileiro. As gravações foram realizadas com quirinopolinos nativos, e constituem uma amostra de cerca
de 40 entrevistas, estratificadas em sexo/gênero, idade e escolaridade. Para a
análise e interpretação dos dados, o aporte teórico adotado serão as teorias
sobre gramaticalização (Heine, Claudi & Hunnenmeyer, 1991), que se preocupam em descrever os
mecanismos de mudança que propulsionam os empregos mais gramaticais do item
“mesmo” no Português Brasileiro (PB). O objetivo é averiguar se, na fala dos
habitantes de Quirinópolis-Goiás, o processo de gramaticalização do item se dá
de forma semelhante ao já verificado em outras amostras do Português
Brasileiro. A pesquisa demonstra a influência incisiva de elementos
socioculturais, pragmáticos e cognitivos no processo de gramaticalização do
item investigado. A partir disso, busca-se promover reflexões sobre o estatuto
multifuncional do vocábulo, com vistas a uma readequação de seu estudo nas
aulas de Língua Portuguesa.
14.
Pronomes
locativos na formação de construções da gramática do português brasileiro
Mariangela Rios de Oliveira (UFF)
mariangelariosdeoliveira@gmail.com
No âmbito do Grupo de Estudos Discurso & Gramática – UFF, têm sido
desenvolvidas pesquisas que levantam, descrevem e interpretam a contribuição
dos pronomes locativos aqui, aí, ali, cá e lá na formação de construções, nos
termos de Goldberg (1995; 2006), instanciadas no PB. Com base na Linguística
Funcional Centrada no Uso (LFCU), na interface da vertente funcionalista e da
cognitiva, tal como apresentada em Traugott e Trousdale (2013) e Bybee (2010;
2015), nesta conferência, essas construções são assumidas como novos membros,
de caráter marginal, que passam a integrar classes gramaticais da língua,
ampliando-as. Tais pareamentos de sentido e forma emergem e se convencionalizam, segundo Diewald
(2002; 2006), a partir de contextos de uso mais prototípico ou convencional,
que, na trajetória da língua, evoluem para contextos atípicos, marcados por
ambiguidade ou polissemia, daí passando a contextos críticos, em que, a par da
referida ambiguidade, ocorre reinterpretação metonímica, chegando, por fim, ao
estabelecimento e fixação da nova construção, com distinta função e nível de
vinculação formal em relação ao contexto inicial. Com base em tais
pressupostos, são pesquisadas e identificadas os
seguintes pareamentos: a) a construção nominal atributiva [SNLoc]atrib, do tipo um menino aí e uma coisa lá
(Aguiar, 2015); b) a construção conectora [LocV]conect, do tipo lá vai e aí vem (Rocha,
2016); c) a construção marcadora discursiva [VLoc]discurs, do tipo sei lá e vem cá
(Teixeira, 2015); d) a construção intensificadora [pra lá de X]intens, como pra
lá de bonita e pra lá de famosos (Venâncio,
2015).
15. A esquematização das construções
subjetivas
Nilza Barrozo Dias (UFF)
nilzabarrozodias@id.uff.br
Com base na proposta Funcionalista e com a
contribuição da Semântica Cognitiva, este trabalho objetiva o estudo da
esquematização de construções “subjetivas”, que se realizam, sintaticamente,
como oração matriz + oração completiva com função de sujeito. A oração matriz
(ou oração principal), além de selecionar um argumento oracional, instancia a
subjetividade do falante em relação ao evento expresso na oração completiva
subjetiva. A estrutura morfossintática unipessoal, quase categórica, de verbo
ser na 3ª. pessoa do singular da oração matriz, mais
adjetivo, auxilia a leitura semântica de impessoalidade e de generalidade. A
posição da oração matriz no início da construção projeta a posição do falante,
através de avaliações deônticas, epistêmicas e
avaliativas, em relação ao evento que ocorre sob a forma de completiva. E,
finalmente, algumas das construções completivas epistêmicas e avaliativas podem
apresentar processo de gramaticalização da oração matriz e se tornarem
parentéticas adverbiais, além de funcionarem como focalizadoras
de constituintes da oração completiva dessentencializada,
que passa a funcionar como oração independente. A análise dos contextos que nos
levem a considerar a esquematização (nos termos de Bybee
( 2011) e de Traugott & Trousdole ( 2013) de construções subjetivas terá como
apoio para a construção da rede análises de amostras pancrônicas, em pares
opositivos de identificação das orações matrizes: : é possível/ não é possível/ é impossível; é óbvio/não é óbvio; é
bom/não é bom/é ruim; é justo/não é justo/é injusto.
16. Construções complexas subjetivas em rede
Sebastião Carlos Leite Gonçalves (UNESP/CNPq)
scarlos@ibilce.unesp.br
A
tradição gramatical classifica construções subordinadas na correspondência com
termos simples da oração, sem claramente explicitar motivações que levam a tal
equivalência. No âmbito da Linguística
Funcional Centrada no Uso (Bybee, 2010, 2015), o
princípio da motivação evidencia o funcionamento relacional do sistema
linguístico, por meio do qual um padrão construcional
predominante estrutura diversos outros. Sob tal consideração, postulamos a
participação de construções complexas em uma ampla rede, configurada com base
na construção genérica [[SUJ] [PRED]], lexicalmente aberta e determinante da
regularidade do sistema: (i) as subpartes das construções em rede,
independentemente de suas complexidades estruturais internas, estabelecem entre
si uma relação semântica de predicação; (ii)
construções simples e complexas instanciam-se na língua, obedecendo à mesma
configuração básica; (iii) também tornam assimétricas as construções em rede
propriedades semântico-pragmáticas de suas subpartes, tais como tipos
semânticos e distribuição de informação da própria subparte e de seus
constituintes internos. Nosso foco de interesse se volta para os padrões
formados por [SUJ] complexo encaixado em construção matriz impessoal com função
de [PRED], tipo tradicionalmente reconhecido como oração subordinada substantiva subjetiva. Não obstante as
assimetrias que particularizam os diferentes padrões de construções complexas
subjetivas, são as semelhanças entre eles que
definirão, por “efeito de prototipia”, o membro que
melhor representa a categoria. A partir de amostras de fala, propomos uma rede
hierárquica para construções complexas subjetivas organizada
em três níveis: construções subjetivas epistêmicas e avaliativas (nível
intermediário) ligam construções de mesmo tipo, mas com Topicalização de
constituinte argumental encaixado (nível mais baixo), à configuração genérica
da categoria (nível mais alto). Essa hierarquização valida os Princípios da Não sinonímia e do Poder
expressivo maximizado (GOLDBERG, 1995), uma vez que: (i) entre construções
de nível mais alto e as duas de níveis mais baixos, divergências sintáticas e
equivalência semântica refletem distinções pragmáticas, relacionadas à
estrutura de informação dos constituintes argumentais; (ii)
entre as duas construções de mesmo nível, divergências sintático-semânticas,
relacionadas ao tipo de constituinte topicalizado e ao tipo semântico de
matriz, refletem equivalência pragmática, também relacionada à estrutura de
informação.
17. A continuidade referencial e tópica nos
livros didáticos de história
Talita Moreira de Oliveira (UFRJ)
talitamoreiradeoliveira@gmail.com
Este trabalho busca verificar como se constrói a
continuidade referencial e tópica nos livros didáticos de História em três
momentos da vida escolar de um indivíduo: o início e o fim do Ensino Fundamental
(6º e 9º anos) e o final do Ensino Médio (3º ano). Para tanto, são examinados 5 textos de cada série.
A continuidade tópica ou referencial, um importante
domínio funcional na perspectiva funcionalista americana, diz respeito a como
um referente, uma vez introduzido, é mantido e retomado ao longo do texto sem
comprometer a compreensão do leitor. Tal continuidade envolve, naturalmente,
nomes como expressão inicial, mas também pronomes e anáforas zero nas suas
retomadas.
Segundo a gramática tradicional, o referente
introduzido seria retomado, preferencialmente, por um pronome ou zero (cf.
Paredes Silva, 2007). Apesar disso, Paredes Silva (2008), ao estudar a repetição
como estratégia de continuidade de referência/referenciação
nos gêneros jornalísticos artigos de opinião, crônicas e notícias,
observa a recorrência de tal estratégia e destaca seu papel coesivo, assim como
sua relevância na construção do significado e clareza do texto.
No presente trabalho, restringiremos a análise aos SNs complexos (desde o formado pelo núcleo e um
modificador, com baixa complexidade – até aquele com estrutura mais complexa –
com elementos encaixados, tornando o SN não só mais extenso, mas também com uma
carga informacional mais densa).
Resultados parciais têm mostrado um gradiente de complexidade: preferência por itens lexicais
idênticos aos usados na introdução do referente, na amostra de LDs do 6º ano do EF, e SNs mais
complexos, nos LDs do EM. Uma possível explicação
para tal resultado seria o intuito dos autores de tornar a leitura mais
acessível ao público alvo mais jovem e não tão maduro, e
maior complexidade ao término, na expectativa de leitores mais
proficientes.
18. Especificidades
do português. A proposta do Projeto Gramática do Português para a Alfal/2017
Vânia Cristina Casseb Galvão (UFG/UEG/CNPq/FAPEG)
vaniacassebgalvao@gmail.com
Como atividade de abertura dos trabalhos do
Projeto 4 da Alfal/2017,
Gramática do português, justificamos a escolha da temática e das atividades
previstas na programação para esta edição a partir da consideração de que as
discussões sobre as especificidades de uma gramática e a produção de gramáticas
de uso da língua são ações de política linguística. Ganham também especial
relevo na distinção da gramática do português descrições e
análises linguísticas, baseadas em diferentes modelos funcionalistas,
que atentem para os processos cognitivos gerais, a integração entre os níveis
de constituição linguística e a análise das categorias linguísticas.
___________________________________________________________
XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL
Bogotá
D.C. - Colômbia
24-28
de julho de 2017
Chamada de trabalhos
Título da proposta
“Distinções da
gramática do português brasileiro”
Objetivo: congregar trabalhos descritivos e analíticos
que enfoquem a gramática do português (PB), com vias a mostrar aspectos
distintivos desse sistema linguístico, em abordagem diacrônica e/ou sincrônica,
e contribuir para a sua promoção como principal mecanismo de interação social e
mostração da identidade de seus usuários.
Princípio comum: concepção de gramática
discursiva e cognitivamente motivada, constituída e centrada no uso efetivo da
língua.
Os trabalhos podem
ter qualquer um dos seguintes suportes teóricos:
- Gramática
Funcional
- Gramática
Discursivo-funcional
- Gramática
Sistêmico-funcional
- Linguística
Funcional Centrada no Uso
- Gramática de
Construções
Instruções:
Sugestão de
organização da comunicação, e da provável publicação da decorrente, no formato
livro:
- Eleger um
fenômeno característico da gramática do português brasileiro.
- Redigir as partes
do texto respondendo às seguintes perguntas sobre o fenômeno eleito:
O que diz a
tradição normativa?
O que dizem os
linguistas?
O que mostram os
dados de uso da língua e como você os interpreta?
A título de
conclusão devem ser apresentadas correlações desse fenômeno com outros que
definem a gramática do português brasileiro.
Cada apresentação
durará 30 minutos (20 para a apresentação do trabalho e 10 minutos para
debate).
Os resumos das
propostas de comunicação no âmbito do projeto 4
deverão ser enviados para o email: vaniacassebgalvao@gmail.com
As submissões deverão
seguir os prazos e normas gerais para elaboração dos resumos e originais para
publicação definidos para apresentação de trabalho no XVIII Congresso da ALFAL.
___________________________________________________________
XVII CONGRESSO INTERNACIONAL ALFAL
João Pessoa (Paraíba, Brasil) -
PROJETO DE PESQUISA ‘GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS’
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES NO XVII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ALFAL
A proposta de trabalho do Projeto de
Pesquisa Gramática do Português para o
XVII Congresso foi basicamente definida a partir do XIV Congresso realizado em
2005 em Monterrey. Estabeleceu-se, como principal objetivo, num primeiro
momento, a descrição gramatical do português e, num segundo momento, a
aplicação do resultado dessas descrições à formulação de princípios que
pudessem guiar uma gramática de referência.
Os trabalhos submetidos ao Projeto devem
orientar-se sempre, em primeiro lugar, pelas seguintes perguntas:
1. Como a descrição e a explicação
teoricamente fundamentada que se faz na universidade pode transformar-se
num discurso sobre as regras efetivamente em uso?
2. Qual é o grau em que aspectos relevantes da
descrição do fenômeno abordado estão próximos ou distantes do modo tradicional
de descrição das gramáticas puramente prescritivas em uso no ensino escolar?
Outro aspecto a destacar é que a reflexão
sobre uma gramática descritiva deve mobilizar um quadro de referência que
privilegie as orientações sobre o ensino da língua portuguesa contidos nos
Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCNLP) e, no caso de
outras variedades lusófonas, as orientações contidas nos respectivos programas
de ensino.
Os membros do Projeto de Pesquisa devem, por fim,
identificar-se especialmente com uma teoria de gramática, cujo principal
compromisso é descrever a linguagem não como um fim em si mesmo, mas como um
requisito pragmático da interação verbal. Uma consequência metodológica dessa
posição é o princípio de que a principal unidade de análise é, em primeira
instância, a dimensão textual-interativa, o que pressupõe que as categorias
pragmáticas e semânticas de análise devem alinhar-se às categorias
morfossintáticas e fonológicas, uma concepção de gramática que incorpore,
portanto, categorias não exclusivamente formais de análise.
O segundo aspecto relevante da agenda é,
conforme mencionado acima, a motivação para o trabalho em equipe. Os projetos
de pesquisa da ALFAL devem promover não apenas o intercâmbio entre
pesquisadores de diferentes áreas, mas também, e principalmente, mediante esse
intercâmbio, o debate em equipe em direção de um objetivo comum. Desse modo, os
projetos de pesquisa não devem constituir um espaço para a apresentação de
trabalhos individuais em torno de um mesmo tema, como tem sido a tradição nos
congressos, mas o lugar privilegiado para que o intercâmbio de experiências
individuais propicie a dinamização do trabalho dos pesquisadores na direção de
uma atuação efetivamente conjunta.
Em função desses princípios básicos, os
trabalhos apresentados. 22 ao todo, privilegiaram temas descritivos com
propostas ao ensino desenvolvidas no âmbito de grupos de pesquisa consolidados,
especialmente, na área textual-discursiva, em que se destacam os funcionalistas
e os linguistas textuais. Uma novidade neste congresso foi a
possibilidade de convidar um conferencista não necessariamente vinculado ao
Projeto, mas, de alguma forma, ao conteúdo geral da proposta. Por isso, foi
convidado o prof. Marcos Bagno, da UnB, por ser o
autor de uma gramática de referência sobre o português brasileiro.
Os grupos que se fizeram representar nesse
simpósio foram os seguintes: Discurso&Gramática,
com a coordenação centrada na UFF, com 6 apresentações; Práticas de Leitura e
Escrita em Português Contemporâneo, centrado na USP, com 4 apresentações; Grupo
de Estudo em Funcionalismo, centrado na UFC, com 2 apresentações; Projeto de
Pesquisa em Gramática funcional, centrado na UNESP de São José do Rio Preto,
com 6 apresentações; projetos isolados centrados em instituições de diferentes
partes do país, que contaram com 4 apresentações. Os trabalhos foram
distribuídos organicamente em sessões contínuas com um período de debate que
envolveu todas as apresentações.
Na reunião final de avaliação, este
Coordenador fez uma breve avaliação de sua atuação à frente do Projeto e, em
seguida, fez a apresentação aos participantes da Profa. Vânia Casseb Galvão, da UFG, que passará a coordenar os trabalhos
do grupo de pesquisa e organizar as atividades das próximas edições dos
congressos internacionais. Empossada a nova coordenadora fez uma apresentação
de sua proposta para a continuidade dos trabalhos, que vem descrita na próxima
sessão deste relatório.
Proposta de trabalho para o triênio 2014 – 2017
Título da proposta: “Distinções da gramática do
português brasileiro”
• Objetivo: congregar trabalhos
descritivos e analíticos que enfoquem a gramática do português brasileiro (PB),
com vias a mostrar aspectos distintivos desse sistema linguístico e contribuir
politicamente para a sua promoção como principal mecanismo de mostração da identidade de seus falantes.
•
Base
conceptual comum aos trabalhos componentes do projeto: gramática discursiva e
cognitivamente motivada, constituída sociointeracionalmente,
centrada no uso efetivo da língua.
Esses
trabalhos estão subdivididos em três principais eixos epistemológicos:
• Gramática
Funcional e Gramática Discursivo-funcional
• Abordagem
Funcional-cognitiva ou Gramática Construcional
• Estudos
do Texto
Princípios para a implementação da proposta
• Partir
dos trabalhos vinculados ao projeto apresentados em João Pessoa e das temáticas
apresentadas pelo Prof. Marcos Bagno (UnB), convidado
do projeto, que ministrou a conferência “Por uma gramática brasileira: da
descrição à proposição de materiais de ensino do português brasileiro
contemporâneo.”
• Atender
às orientações da ALFAL a respeito do gerenciamento dos projetos: aproximação
entre regiões e países; recrutamentos de novos sócios; promoção de trabalho nos
intervalos (ALFALITOS); estímulo à publicação do grupo.
Ações previstas
• Participação do grupo em eventos
(inter)nacionais, como o SIMELP, o encontro da ANPOLL,
da ABRALIN, entre outros.
• Promoção de dois ALFALITOS
• Preparação de uma publicação conjunta
ALFALITO 1:
Outubro de 2015 – Local: Lecce – Itália, sede
do V SIMELP (Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa). Data: 08
de outubro de 2014, horário
a ser definido.
• Evento intermediário com vias a
preparar a publicação conjunta (a ser submetida ao comitê da ALFAL ou a edital
ou editora nacional); estabelecer contatos internacionais; divulgar a ALFAL;
estreitar relações entre os membros do projeto.
Formato da publicação
• Livro com 13 capítulos de 15
páginas, divididos conforme o domínio epistemológico. Cada domínio
epistemológico deve ser apresentado por um capítulo teórico, introdutório dos
princípios descritivos e analíticos que nortearão os demais capítulos.
• Todos os capítulos devem trabalhar
dados de uso do PB e abordar um fenômeno que distinga tipologicamente a
variedade brasileira do português.
Cronograma da publicação
• Até julho de 2015 - Preparar os
textos para submeter à leitura sensível de moderadores.
• Outubro de 2015, em evento paralelo
ao VSIMELP: debates sobre esses textos, a partir da intervenção dos
moderadores, com vias a refinar a escrita dos textos e reforçar a unidade do
grupo.
• Até dezembro de 2015: finalização
dos textos para publicação, incorporando as sugestões dos moderadores e de
demais componentes do projeto, de modo que possamos ter diálogos
epistemológicos, na busca da manutenção da integração entre os membros e
subgrupos do projeto.
• Até maio de 2016: publicação
(lançamento em um evento da área, ANPOLL, por exemplo).
Direcionamentos para a organização da publicação
• Divisão em três partes, conforme o
domínio epistemológico.
• Cada domínio terá um capítulo
introdutório e capítulos descritivo-analíticos.
• Sugestão de organização do capítulo:
eleger um fenômeno característico do português brasileiro; redigir as partes do
texto respondendo às seguintes perguntas: (Em relação ao
fenômeno abordado, O que dizem os gramáticos tradicionais? O que dizem
os lingüistas? O que dizem os dados da língua? Ao término de cada capítulo
podem ser apresentados direcionamentos para um trabalho voltado para a didática
do português.
• Papeis autorais: todos os membros do
projeto são autores, mas alguns agregam outras funções, tais como:
1.
Organizadores
da obra (Roberto Camacho e Vânia Galvão): interlocução com os coordenadores dos
domínios epistemológicos, autores e moderadores; interlocução com instituições
de fomento e editoriais; escritura do prefácio; revisão final da obra.
2.
Coordenadores
dos domínios epistemológicos: condução da distribuição dos temas e dos
capítulos conforme o perfil dos autores; direcionamentos internos ao seu
domínio.
3.
Moderadores:
leitura crítica sensível dos textos de outros domínios; sugestões de
alterações, acréscimos; condução dos debates desses textos no ALFALITO 1.
PROGRAMA
XVII ALFAL
QUARTA-FEIRA,
16/07 |
QUINTA-FEIRA,
17/07 |
SEXTA-FEIRA,
18/07 |
DAS 14h00
ÀS 15h40 |
||
SESSÃO
A: CONFERÊNCIA
Por uma gramática brasileira: da descrição à proposição de materiais
de ensino do português brasileiro contemporâneo Marcos Bagno
(UNB) |
SESSÃO
C: PRÁTICAS
DE LEITURA E ESCRITA EM PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO |
SESSÃO
D: GRUPO
DE ESTUDO EM FUNCIONALISMO |
14h00: Letramento
acadêmico: o caso dos indivíduos com alta escolaridade Manoel Luiz Gonçalves Corrêa - USP |
14h00: Alicerce
retórico de expressões linguísticas modalizadoras deônticas
na construção do texto discursivo-argumentativo Léia Cruz de Menezes (UNILAB) |
|
14h20: A experiência
de tempo e de espaço do enunciador na produção do gênero notícia de jornal Rosângela Rodrigues Borges (UNIFAL-USP) Vanda Mari Trombetta (UFFS-USP) |
14h20: Formulação da
construção apositiva restritiva em língua portuguesa Márcia Teixeira Nogueira (UFC) |
|
14h40: O diálogo
institucional no gênero painel Eliana Vasconcelos da Silva Esvael (UFPB) Glauce de Oliveira Alves (USP) |
SESSÃO E: PROJETO DE PESQUISA EM
GRAMÁTICA FUNCIONAL 14h40: Relações de
alinhamento e padrões de estruturação da relação adverbial propósito no
português Michel Gustavo Fontes (UFMS-UNESP) Erotilde Goreti Pezatti (UNESP) |
|
15h00: Restrições de
acessibilidade das orações relativas na aquisição da escrita (PROJETO
INDIVIDUAL) Gabriela Maria de Oliveira (UNESP) |
15h00: As orações
concessivas na lusofonia sob a teoria da Gramática Discursivo-Funcional Talita Storti
Garcia (UNESP) |
|
|
15h20: DISCUSSÃO DOS TRABALHOS |
15h20: DISCUSSÃO DOS TRABALHOS |
|
|
|
QUARTA-FEIRA,
16/07 |
QUINTA-FEIRA,
17/07 |
SEXTA-FEIRA,
18/07 |
DAS 16h00
ÀS 19h00 |
||
ABERTURA DOS TRABALHOS 16h00: Roberto Gomes
Camacho (UNESP) Coordenador do Projeto de Pesquisa ‘Gramática do Português |
ESPAÇO DESTINADO À PROGRAMAÇÃO PLENÁRIA DA ALFAL |
SESSÃO E: (CONTINUAÇÃO) 16h00: Uma descrição
discursivo-funcional da oração relativa no português Aliana Lopes Câmara
– UNESP |
SESSÃO B: PROJETO GRAMÁTICA & DISCURSO 16h20:Abordagem construcional da gramática do português Mariângela Rios de Oliveira (UFF) |
16h20: As orações predicativas
na perspectiva da gramática discursivo-funcional: construções de
identificação Cibele Naidhig de Souza Carrascossi
(UNESP) Lisângela Aparecida Guiraldelli (FEI-FFCL). |
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16h40: Construções correlatas
aditivas na perspectiva da linguística funcional centrada no uso Ivo da Costa do Rosário (UFF) |
16h40: As orações
completivas nominais nas variedades lusófonas Edson Rosa Francisco de
Souza (UNESP) |
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17h00: COFFEE-BREAK |
17h00: COFFEE-BREAK |
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17h20: Construções
gramaticais sob a ótica da linguística funcional centrada no uso Karen Sampaio Braga Alonso (UFRJ) |
17h20: Transparência e
opacidade na GDF: influência das línguas de contato no português europeu e
brasileiro Joceli Catarina Stassi-Sé (UFMS) |
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17h40 O papel do
‘agora’ no discurso e na gramática Camilo Rosa Silva (UFPB) Iara Ferreira de Melo Martins (UEPB) |
SESSÃO F: PROJETOS INDIVIDUAIS 17h40: Marcas de
subjetividade no dialeto goiano Vânia Cristina Casseb Galvão (UFG) |
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18h00: Construções de
estrutura argumental no português do Brasil Maria Angélica Furtado da Cunha (UFRN) |
18h00: Onomasiologia e
semasiologia das construções completivas e contribuições para o ensino de
sintaxe Gisele Cássia de Sousa (UNESP) |
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18h20: Abordagem construcional e ensino de língua portuguesa Edvaldo Balduíno Bispo (UFRN) |
18h20: As bases
conceituais dos conectores condicionais em português Taísa Peres de Oliveira (UFMS) |
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18h40: DISCUSSÃO DOS TRABALHOS |
18h40: DISCUSSÃO DOS TRABALHOS |
PROPOSTA DE TRABALHO
1. Histórico
A proposta de trabalho do Projeto de
Pesquisa Gramática do Português da
ALFAL foi basicamente definida a partir do XIV Congresso realizado em 2005 em Monterrey.
Estabeleceu-se, como principal objetivo, num primeiro momento, a descrição
gramatical do português e, num segundo momento, a aplicação do resultado dessas
descrições à formulação de princípios que pudessem guiar uma gramática de
referência.
O resultado dessa proposta mereceu
um espaço privilegiado de discussão em equipe no XV Congresso Internacional da
ALFAL, realizado em Montevidéu, ocasião em que se imprimiu não exatamente um
novo perfil de pesquisa para o projeto, mas uma recomposição da proposta
inicial. Portanto, sem prejuízo das atividades que já estavam em andamento, o
novo perfil incorporou a discussão de questões de política linguística
relacionadas à formação do português do Brasil em relação a outras variedades
de português faladas no mundo lusófono, assim como com a expansão da língua
portuguesa pelo mundo lusófono na qualidade de primeira e segunda língua.
2. Proposta
A agenda do Projeto impôs a necessidade de
refletir sobre dois pontos principais, a saber, a orientação para o ensino e o
trabalho em equipe. Começando pelo primeiro aspecto, como o tema é a gramática
do português, o projeto se baseou em alguns pressupostos metodológicos do
Projeto de Gramática do Português Falado cujo resultado mais relevante é a
publicação de quatro dos cinco volumes (JUBRAN; KOCH, 2006; ILARI; NEVES, 2008;
KATO; NASCIMENTO, 2009; ABAURRE, 2013) que constituem uma verdadeira gramática
de referência da modalidade falada. Esse tipo de produção responde por um
anseio de revisão do conceito tradicional de gramática, iniciada no Brasil,
principalmente na década de 80, com Cunha e Cintra (1985), Perini (1995,)
Bechara (1999) e, em Portugal, com Mira Mateus et al. (1983); seus reflexos mais recentes se fazem sentir nos
trabalhos de Neves (2000) e Vilela & Koch (2001), Mira Mateus et alii
(2005), Castilho (2010) e Bagno (2012), Perini
(2013).
Os trabalhos submetidos ao Projeto devem
orientar-se sempre, em primeiro lugar, pelas seguintes perguntas:
1.
Como a descrição e a explicação teoricamente fundamentada que se faz na
universidade pode transformar-se num discurso sobre as regras
efetivamente em uso?
2.
Qual é
o grau em que aspectos relevantes da descrição do fenômeno abordado estão
próximos ou distantes do modo tradicional de descrição das gramáticas puramente
prescritivas em uso no ensino escolar?
Outro
aspecto a destacar é que a reflexão sobre uma gramática descritiva deve
mobilizar um quadro de referência que privilegie as orientações sobre o ensino
da língua portuguesa contidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua
Portuguesa (PCNLP) e, no caso de outras variedades lusófonas, as orientações
contidas nos respectivos programas de ensino.
O resultado mais importante da descrição
linguística enfocaria a reflexão sobre como o aprendiz deveria operar sobre o
objeto descrito, manipulando-o adequadamente. Pode-se resumir o conjunto de
orientações contido nos PCNLP aos seguintes pontos: (a) adoção do texto como
unidade básica de ensino; (b) produção linguística tomada como produção de
discursos contextualizados; (c) noção de que os textos distribuem-se num
contínuo de gêneros estáveis, com características próprias e são socialmente
organizados tanto na fala como na escrita; (d) atenção para a língua em uso,
sem se fixar no estudo da gramática como um conjunto de regras, mas frisando a
relevância da reflexão sobre a língua; (e) atenção especial para a produção e a
compreensão do texto escrito e do texto oral; (f) explicitação da noção de
linguagem adotada, com ênfase no aspecto social e histórico; (g) clareza quanto
à variedade de usos da língua e variação linguística (MARCUSCHI 2000: 9).
Esse conjunto de orientações mostra
uma concepção de linguagem que associa ‘a interação, em nível teórico, dos
princípios constitutivos da estrutura com os princípios discursivos do
processamento dessas estruturas’ (CASTILHO; NASCIMENTO 1996: 22). O quadro de
referência privilegia, portanto, uma concepção de linguagem em que o produto da
atividade verbal seja visto a partir das marcas que a
situação discursiva imprime nos enunciados.
Os
membros do Projeto de Pesquisa devem, por fim, identificar-se especialmente com
uma teoria de gramática, cujo principal compromisso é descrever a linguagem não
como um fim em si mesmo, mas como um requisito pragmático da interação verbal.
Uma consequência metodológica dessa posição é o princípio de que a principal
unidade de análise é, em primeira instância, a dimensão textual-interativa, o
que pressupõe que as categorias pragmáticas e semânticas de análise devem
alinhar-se às categorias morfossintáticas e fonológicas, uma concepção de
gramática que incorpore, portanto, categorias não exclusivamente formais de
análise.
O segundo aspecto relevante da agenda é,
conforme mencionado acima, a motivação para o trabalho em equipe. Os projetos
de pesquisa da ALFAL devem promover não apenas o intercâmbio entre
pesquisadores de diferentes áreas, mas também, e principalmente, mediante esse
intercâmbio, o debate em equipe em direção de um objetivo comum.
Desse modo, os projetos de pesquisa não
devem constituir um espaço para a apresentação de trabalhos individuais em
torno de um mesmo tema, como tem sido a tradição nos congressos, mas o lugar
privilegiado para que o intercâmbio de experiências individuais propicie a
dinamização do trabalho dos pesquisadores na direção de uma atuação
efetivamente conjunta.
Em função dessa necessidade,
decidiu-se consensualmente atribuir liberdade para a escolha do fenômeno a ser
descrito. Nesse caso, o único aspecto compartilhado por todos em direção de uma
atuação conjunta é o de que, como norma, cada membro não deve restringir suas
respectivas contribuições apenas à descrição de um fenômeno, mas deve promover
também uma reflexão sobre a possibilidade de implementar
uma instrução inovadora no processo de ensino.
Dito em outros termos, uma indicação
posta em prática, que parece prudente preservar, é a de que os participantes
devem fornecer também uma reflexão sobre o modo como a abordagem científica de
um fenômeno do português possa traduzir-se numa contribuição viável para o
ensino; ou, na pior das hipóteses, sobre o modo como o mesmo fenômeno é tratado
nas gramáticas normativas disponíveis, o que, em si mesmo, já fornece um
parâmetro implícito de diferenciação de tratamento.
Na discussão que finalizou os
trabalhos do projeto de pesquisa no XV Congresso Internacional da ALFAL,
realizado em Montevidéu, decidiu-se pela continuidade desse tipo de atividades,
mas com um escopo mais abrangente que incluísse todas as variedades lusófonas.
Estabeleceu-se, consensualmente, como agenda mínima a preservação da descrição
gramatical, mas com um modo novo de relacionamento, que permita compreender o
real estatuto da variedade brasileira em relação a seu próprio processo de
formação e em relação a outras variedades da lusofonia - a européia, as
africanas e as asiáticas. O estabelecimento de uma agenda dessa natureza
implica necessariamente dar especial destaque à língua portuguesa em relação:
(a) a seu estatuto de segunda língua, em face das outras línguas
mais faladas em países lusófonos recentemente libertos do processo colonial;
(b) a sua inserção no quadro político-econômico como língua oficial, de ensino,
difusão e de cultura; (c) a suas políticas de ensino,
preservação e difusão; (d) a seus imaginários de crenças recobrindo estigma linguístico e cultural
decorrente de raízes sócio-históricas do contato
linguístico, cultural e étnico, etc.
Como essa nova direção não conflita
com a agenda anterior de descrição e formulação de gramáticas de referência, as
perguntas mencionadas em (1) e (2) acima continuam atuando como objetivo
legítimo de pesquisa, mas com maior grau de abrangência e de aprofundamento.
Essa agenda deve permitir compreender, por um lado, o real estatuto da
variedade brasileira de português em relação a seu próprio processo de formação
e, por outro, o estatuto da língua portuguesa no mundo e, especialmente, no
interior da própria lusofonia.
3.
Objetivos e modo de atuação
Os
objetivos gerais deste Projeto de Pesquisa são, portanto, os seguintes:
1)
Congregar
pesquisadores interessados nesse objetivo comum e criar condições para uma
atuação conjunta.
2)
Promover
o intercâmbio de informações entre os pesquisadores mediante o uso de meios
eletrônicos.
3)
Discutir
fenômenos específicos da gramática das variedades do português falado e escrito
e refletir sobre a elaboração de gramáticas de referência que sistematizem
esses fenômenos.
Para
a realização prática dos objetivos gerais, prevêem-se os seguintes
procedimentos:
· Convocar os pesquisadores interessados.
· Promover o intercâmbio de
informações entre os pesquisadores mediante uso meios eletrônicos, entre os
quais pontifica a abertura de um espaço de discussão e debate no próprio sítio
da ALFAL.
· Organizar as contribuições finais
por área e linha de pesquisa para que constem como comunicações científicas no
espaço destinado ao Projeto de Pesquisa Gramática do Português nos congressos
da ALFAL.
· Reservar um espaço de discussão
conjunta no final dos trabalhos com o objetivo de avaliar o alcance teórico e
prático das contribuições individuais.
Referências
bibliográficas:
ABAURRE,
M. B. M. (Org.).
Gramática do Português Culto Falado no Brasil. (Vol. VII: A construção fonológica
da palavra). 1. ed. São Paulo: Contexto, 2013.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa (ed. rev. e amp.) Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 1999.
CASTILHO, A.T.,
NASCIMENTO, M. Vale o falado ou o escrito? (Entrevista). Ciências Hoje. v. 20, n. 118, 1996, p.
20-23.
CUNHA, C., LINDLEY
CINTRA, L.F. Nova gramática do português
contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
FIORIN, J.L.; PETTER, M.
Prefácio. In: (FIORIN, J. L.; PETTERS, M. (orgs) Africa no Brasil. A formação da língua portuguesa. São Paulo: Contexto, 2008, p. 7-11.
HALLIDAY, M.A.K.
Language structure and language function. In: LYONS, J. (ed.) New horizons in linguistics. Harmondsworth: Penguin Books, 1970, p. 140-165.
HENGEVELD,
K.; MACKENZIE, J.L. The Functional
Discourse Grammar. Londres: Oxford, 2008.
ILARI, R., NEVES,
M.H.M. (Orgs.) Gramática
do Português Culto Falado no Brasil. (Vol. II: Classes de
Palavras e processos de construção. Campinas; Editora da UNICAMP, 2008.
JUBRAN, C.C.A.S, KOCH, I.G.V. (Orgs.) Gramática do Português Culto Falado no
Brasil. (Vol. I: Construção do texto falado. Campinas; Editora da UNICAMP,
2006.
KATO, M.A.; NASCIMENTO, M. (Orgs.). Gramática do
Português Culto Falado no Brasil. (vol III: A construção da sentença) 1a. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 2009. v.
1. 340p.
MARCUSCHI, L.A. O papel da
linguística no ensino de línguas. Recife: Universidade Federal de Pernambuco,
2000.
MARCUSCHI, L.A. O
papel da linguística no ensino de línguas. Recife: Universidade Federal de
Pernambuco, 2000.
MIRA MATEUS, Maria
Helena. O horizonte da investigação sobre o português. Atas do I Congresso Internacional
da ABRALIN. Salvador: FINEP/UFBA, 1996.
MIRA MATEUS, M.H.; BRITO, A. M.; DUARTE, I.; FARIA, I. H. Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Caminho, 2ª edição revista
e aumentada 2003, 5ª ed. revista e aumentada: 2005.
MINISTERIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua
Portuguesa, 1998.
MOITA LOPES, L.P. Linguística aplicada e
vida contemporânea. Problematização dos contrutos que
têm orientado a pesquisa. In: MOITA LOPES, LP (Org.) Por uma linguística
aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.
NEVES, M.H.M. Gramática de usos do português. São
Paulo: Editora UNESP, 2000.
PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. São
Paulo: Ática, 1995.
____________.
Gramática do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2013.
SECRETARIA DE
EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: Secretaria de Educação
Fundamental, 1997, 144p.
VILELA, M., KOCH,
I.V. Gramática da língua portuguesa.Coimbra: Almedina, 2001.
___________________________________________________________
XVI CONGRESSO INTERNACIONAL
ALFAL
Alcalá de Henares (Madrid, Espanha), de 6 a 9 de junho de 2011
PROGRAMA (pdf)
RESUMOS DOS TRABALHOS (pdf)
este não é o formulário de inscrição para
o Congresso
____________________________________________________
ATIVIDADES DURANTE O XVI CONGRESSO
(Alcalá de Henares)
RELATÓRIO
O Projeto de Pesquisa Gramática do Português
tem como temática principal um comprometimento com a discussão de questões de
política lingüística relacionadas à formação do português do Brasil em relação a outrasvariedades lusófonas,
assim como a expansão da língua portuguesa pelo mundo lusófono multilingüe na qualidade de primeira e de segunda língua.
Outra linha temática, que já vinha sendo desenvolvida, procura dar uma respostaconvincente ao anseio generalizado de rever o
conceito tradicional de gramática, em busca de princípios normativos não-prescritivos que regem gramáticas de referência. Nesse
caso, todos os trabalhos se orientaram pelas seguintesperguntas:
1. Como a descrição e a
explicação teoricamente fundamentada que se faz na universidade pode
transformar-se num discurso sobre as regras efetivamente em uso?
2. Qual é o grau em que aspectos relevantes da
descrição do fenômeno abordado estão próximos ou distantes do modo tradicional
de descrição das gramáticas puramente prescritivas em uso no ensino escolar?
Os que se apoiaram na relação do Português do
Brasil com as variedades lusófonas elegeram um corpus comum no qual se
debruçaram as descrições apresentadas. Os que não se apoiaram nessa temática,
não restringiram suascontribuições apenas à descrição
de um fenômeno, mas promoveram também uma reflexão sobre a possibilidade de implementar uma instrução inovadora ao ensino da língua,
conforme as exigências da proposta do Projeto.
Considerando essas duas áreas, foram aceitos 23
trabalhos, que foram distribuídos por 6 sessões
temáticas. Dos 23 trabalhos inscritos, houve, no final, 17 comparecimentos.
59.0 % do total de apresentações (10/17) constituemresultados
de um projeto de pesquisa sobre subordinação na lusofonia. Os outros 41.0 %
restantes, em que pese a miscelânea temática,
manifestaram preocupação em estabelecer uma relação entre a descrição do
fenômeno e areflexão sobre o ensino do português.
Para concluir este breve relatório,
posso assegurar que o Projeto de Pesquisa sob minha coordenação não
constitui mais uma sessão de comunicações individuais, mas um espaço
privilegiado para a discussão de trabalhosrealizados
em torno de uma temática comum. A avaliação promovida na discussão final do
projeto chegou à conclusão de que é produtivo manter esse procedimento misto de
projeto único com trabalhos individuais orientados para areflexão
sobre o ensino do português.
São José do Rio Preto, 11 de julho de 2011.
Roberto Gomes Camacho
Coordenador