A FORMAÇÃO CONTINUADA NA MODALIDADE A DISTÂNCIA: AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS A SERVIÇO DOS PROCESSOS FORMATIVOS
Regina Celi Mendes Pereira (reginacmps@gmail.com)

A formação continuada na modalidade semi-presencial desenvolvida pela Secretaria de Educação e Cultura (SEDEC) da cidade de João Pessoa – PB representou um avanço significativo na política de formação do município devido ao pioneirismo no setor registrado aqui em nosso estado. Neste trabalho apresento a proposta didático-pedagógica do projeto Ações de Linguagem em Língua Portuguesa (ALLP) desenvolvido de agosto a setembro de 2011, na modalidade semi-presencial, e seus impactos na formação docente, tomando como base de evidência a análise das atividades e instrumentos de aprendizagem desenvolvidos na plataforma moodle e os depoimentos dos próprios professores. Ao longo do curso, elencamos como prioridade o enfoque na didatização dos gêneros, logo, em função desse direcionamento, amparamos nossas reflexões em sua dimensão sócio-comunicativa e no seu caráter regulador das ações linguageiras, fundamentando-nos em Bazerman (2004, 2005), Bronckart (1999, 2006, 2008), Schneuwly e Dolz (2004) e Vygotsky (1934). Todo o material didático elaborado pela equipe do ALLP se estruturou em torno de um tema único: Educação, o que desencadeou a abordagem de diferentes gêneros textuais e a exploração dos aspectos funcionais e de seus elementos linguístico-discursivos constitutivos. A proposta didático-pedagógica do ALLP, ao mesmo tempo em que oportunizou aos professores a elaboração de atividades para a sala de aula, permitiu-lhes que fossem gradualmente se apropriando dos usos e funções dos instrumentos didáticos disponíveis na plataforma, caracterizando o processo de internalização e de desenvolvimento cognitivo. Os resultados indicam que tais reflexões se alinham com os depoimentos dos professores, evidenciando as consequências de diferentes ações de linguagem, especificamente os gêneros digitais, na formação dos indivíduos as quais passam, portanto, a influenciar sua concepção de mundo e sua prática pedagógica. Palavras-chave: didatização de gêneros, formação continuada, educação a distância

DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E DA ESCRITA NA ESCOLA À LUZ DO ISD: CONTRIBUIÇÕES DOS OBJETOS DE APRENDIZAGEM DIGITAIS
Maíra dos Cordeiro dos Santos (mairacordeiro@gmail.com)
Regina Celi M. Pereira ()

O Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), idealizado por Bronckart (1999, 2006, 2008) apresenta a concepção de língua como atividade constitutiva da ação humana que se estabelece na interação entre os seres humanos (VYGOTSKY, 1998), a partir de práticas de letramento que (re)significam as trocas comunicativas (PEREIRA, 2011). Nessa perspectiva, um dos papéis essenciais das instituições escolares é promover o letramento e a aquisição da leitura e da escrita que privilegie a dinâmica das práticas linguageiras. Nesse sentido, o advento da tecnologia no mundo moderno modificou os parâmetros de vida e de comunicação sociais, o que fez emergir a necessidade do uso de materiais digitais na educação. Assim, o presente artigo tem como objetivo tecer uma reflexão crítica sobre o uso de objetos de aprendizagem digitais (OA) no processo de desenvolvimento da leitura e da escrita na escola à luz do ISD. Com base em Bronckart (1999; 2006; 2008), Vygotsky (1998), Pereira (2011), Barbosa (2008), Leffa (2006), Silveira (2008), Spinelli (2007), Guerreiro (2006), Guzzi (2010) e Tori (2010), verifica-se a relação entre recursos digitais e a constituição da língua como fenômeno sociointerativo, demonstrando as contribuições dos OA no desenvolvimento da atividade discursiva na interação com os outros. Propõe-se como problema de pesquisa: de que forma os objetos de aprendizagem podem contribuir para o desenvolvimento da leitura e da escrita à luz do ISD, na escola básica? O estudo se insere numa abordagem qualitativa de pesquisa, a partir da análise de entrevistas com professores de ensino fundamental I que utilizam tais recursos tecnológicos na escola. Os resultados parciais demonstram que a utilização de recursos digitais torna o processo de aprendizagem mais lúdico, dinâmico e interativo, contribuindo positivamente para o desenvolvimento das competências da leitura e da escrita.

ENSINO A DISTÂNCIA (EaD) E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA
Gabriela Belo da Silva (gabesigo@gmail.com)
Regina Celi M. Pereira ()

Na acepção de Broncakrt (1999), a linguagem deve ser considerada enquanto uma forma de ação que aliada às atividades linguageiras, se desenvolvem em dado contexto situacional sócio-comunicativo. Assim, para esse autor, a ação verbal é concebida enquanto formas situadas, resultantes do processo de socialização e as condutas verbais são entendidas por meio de ações específicas, semiotizadas em interdependência com as ações não-verbais (Vygotsky, 1998). Nesse sentido, segundo Bronckart (1997), a linguagem enquanto desenvolvimento humano abrange duas esferas, o aspecto social e o individual, sendo que um não existe sem o outro. Considerando tais questões e a multiplicidade de ferramentas educacionais que existem hoje no mercado, as quais têm como propósito promover a interação entre indivíduos com multivivências em um ciberespaço, optamos por abordar questões referentes às facilidades e as dificuldades encontradas pelos professores-alunos dos cursos de graduação “EaD - Licenciatura em Letras,” na realização de suas pesquisas nos ambientes virtuais de aprendizagem. Para tanto, procedemos a uma pesquisa qualitativa, considerando os Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância (2007), e os dados gerados a partir de duas entrevistas com professores, que atuam nesse nível de ensino, como professores de linguística; e três entrevistas com graduandos que receberam o diploma de docente a partir da realização desse curso. Como marco teórico, balizamos nossa pesquisa nos postulados do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), com Bronckart (1999, 2006, 2008, 2009), Bronckart e Machado (2002, 2007, 2009), Vygotsky (1998), Pereira (2011). Como resultados da pesquisa empreendida, alinhando os resultados gerados nas entrevistas, e o que é enunciado no documento oficial, revela-se que apesar de complexas, as ferramentas tecnológicas educacionais efetivamente ampliam as possibilidades de acesso ao conhecimento e devem ser exploradas. Palavras-chave: educação a distância; formação de professores; avaliação