Este trabalho focaliza a expressão da modalidade dentro de uma perspectiva paramétrica, levando em conta uma importante mudança que se dá no português do Brasil, que passa de língua de sujeito nulo para língua de sujeito parcialmente nulo.
A categoria modalidade recebe, de forma geral, duas classificações: deôntica e epistêmica. Há diversas formas de expressá-la. Meu trabalho focalizará os verbos auxiliares modais, verbos predicadores e adjetivos. Embora os advérbios sejam importantes modalizadores, o interesse do trabalho está na posição do sujeito que os modais mencionados vão permitir observar: os predicadores verbais e adjetivais, por projetarem sentenças impessoais, deverão dar lugar às construções perifrásticas, que, em geral, projetam um sujeito referencial.
Meu objetivo é analisar como as formas de expressão de modalidade da fala se incorporam na escrita ao longo do processo de escolarização e como (ou “se”) formas ausentes da fala começam a se implementar na escrita. Para isso, como corpus, serão utilizadas redações de alunos do ensino fundamental e médio.
O presente trabalho levará em conta o modelo de estudo da variação e mudança proposto por Weinreich, Labov e Herzog (2006 [1968]), associado à Teoria de Princípios e Parâmetros.
Até o momento, já é possível confirmar algumas hipóteses, como: i) há a escolha de certas formas por causa da mudança mais geral que ocorre no português brasileiro: a tendência a evitar sentenças impessoais; ii) os verbos auxiliares são predominantes e a expressão através de predicadores adjetivais se dará ao longo do processo de escolarização, já que são pouco presentes na fala; iii) nos estágios mais avançados,os verbos plenos são substituídos por predicadores adjetivais, já que são incomuns até mesmo na escrita mais padronizada, veiculada pelos meios de comunicação.
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