P24. A Morfologia e suas Interfaces (Comunicações dentro de Projetos)

AS CLASSES ACIONAIS E NOMINALIZAÇÕES DEVERBAIS
MARIA CRISTINA VIEIRA DE FIGUEIREDO SILVA 1
1. UFBA - Universidade Federal da Bahia
macrisfig@uol.com.br



Neste trabalho, discuto o papel do aspecto lexical, também chamado classes acionais (VENDLER, 1967, SMITH,1997) na leitura final de nominalizações deverbais. Considerando os pressupostos teóricos da Morfologia Distribuída (HALLE e MARANTZ, 1993, MARANTZ, 1997), mais precisamente a assunção de que as informações abstratas, fonético-fonológicas e semânticas das palavras estão distribuídas em três listas distintas, proponho que os traços de aspecto (dinamicidade, telicidade e duração) se constituem traços abstratos e, assim como as raízes, estão armazenados na Lista A. No curso da derivação das palavras, esses traços são organizados no núcleo da projeção aspectual que domina o categorizador verbal. Essa hipótese considera as possibilidades de leitura que as nominalizações em –mento, por exemplo, permitem: resultado, processo. Conforme Reis (2012), bases verbais estativas, [-dinâmico, +durativo, -télico], licenciam apenas nominalizações com leitura de resultado, conforme conhecimento, da mesma forma que bases verbais de achievement, [+dinâmico, -durativo, +télico], conforme vencimento. Já bases verbais de accomplihsment, [+dinâmico, +durativo, +télico], licenciam nominalizações que expressam resultado e processo, conforme tratamento. Por outro lado, verbos de atividade, [+dinâmico, +durativo, -télico], não permitem nominalizações em –mento, exceto em casos especiais como em andamento e corrimento, em que se pode pressupor a presença de outro traço no núcleo de AspP. Busco ainda evidencias dessa hipótese em processo inverso, o de verbalização de nomes e adjetivos, em que as classes acionais se constituem uma condição essencial.


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