A presente comunicação pretende refletir/discutir, a partir da leitura de três charges, a contribuição de Bakhtin e de seu Círculo para o estudo da verbo-visualidade e de como o gênero investigado se constitui numa composição híbrida por meio de uma articulação entre duas dimensões: linguística e imagética. Observar-se-á por meio da análise, como a produção e os efeitos de sentido se dão em determinado contexto. A intenção é contribuir para os estudos de leitura, pois eles, observadas as questões aqui apontadas, revelam-se críticos, além de possibilitarem uma aproximação com as artes, levando o objeto estudado para uma perspectiva de estudo interdisciplinar. Desta forma, ao observar charges de Ivan Cabral, Pelicano e Angeli, renomados cartunistas brasileiros, procura-se mostrar como texto e imagem se articulam e oferecem um para o outro elementos para a base interpretativa do todo enunciado. A charge, como gênero, constitui-se de elementos plásticos que a compõe e oferece ao leitor, por seus conteúdos, a possibilidade de observar aspectos que estão presentes em sua materialidade e na interdiscursividade que ela promove por meio do seu considerável grau de abstração. Assim, ao ler uma charge, a hibridização se torna latente, levando o leitor a reflexão diversificada. No presente estudo, são observados, ainda, aspectos ligados ao humor (confronto Bakhtin/Bergson) e à ideologia muito presentes no gênero. As discussões a respeito da verbo-visualidade estão presentes no Grupo de Pesquisa Teorias e Práticas Discursivas e Textuais, bem como da Linha de Pesquisa Discurso, Gênero e Memória ligados ao Programa de Mestrado em Linguística da Universidade Cruzeiro do Sul.
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