De acordo com o Dicionário Aurélio, medo é um "sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça". Bem descrito, mas essa definição não fornece pistas sobre o que fazer com tal sensação.
Inicialmente, o que faz com que alguém tenha medo? Imaginemos que um indivíduo está tranquilo, olha para o lado e vê um leão em sua direção, cheio de dentes e raivoso. Sentirá medo, certo? Mas medo de quê? Certamente de ser devorado e de morrer e, portanto, seriam projeções, uma vez que ainda não aconteceram, mas de toda forma, tratam-se de projeções de situações futuras.
Diante de tais reflexões, o presente trabalho objetivou analisar o medo enquanto expressão estética e suas diversas manifestações na leitura de contos de Edgar Allan Poe, para uma turma de 7º ano, da Rede Pública de Ensino de Volta Redonda, no interior do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, discutiu-se que os contos de Poe mostraram-se como fundadores da modernidade, também buscou-se compreender o aspecto contextual e emocional das narrativas apresentadas, o retrato ficcional de um sentimento real que facilitou a pintura de diversos reflexos humanos que a sociedade muitas vezes maquia com medo de exteriorizar.
Foi utilizada uma metodologia baseada em experiências que envolveram desde a pré-leitura, pesquisas, debates a partir da leitura dos contos, diálogo com a linguagem cinematográfica, até a elaboração de releituras pelos próprios alunos e como objetivo final, a montagem de um livro com a temática do medo.
Afinal de contas, o medo pode ser um leão ao seu lado, um gato preto ou a repetição do supersticioso número 7.
|