A tradição dos estudos linguísticos mostra que a metáfora sempre atraiu a atenção de estudiosos da linguagem desde os antigos filósofos gregos, porém sempre focalizada como uma figura de linguagem. Nos anos 80, no entanto, Lakoff e Johnson (2002) mostram que a metáfora não é expressa apenas através da linguagem e das palavras, o pensamento humano é, em grande parte, organizado metaforicamente. O presente estudo pretende discutir a metáfora a partir da abordagem lakoffiana como dimensão fundamental da linguagem e da cognição. Objetiva-se identificar as expressões metafóricas utilizadas como mecanismo de conceptualizar o amor, tendo a abordagem da Semântica Cognitiva como auxiliar na explicação do uso destas metáforas. Para investigar como se dá o mapeamento entre os domínios conceptuais, como as características das metáforas conceptuais se aplicam ao domínio do amor e o grau de convencionalidade de sua realização linguística, constituiu-se um corpus com letras de músicas populares brasileiras, que permite descobrir quais expressões do domínio fonte metafórico são convencionalmente usadas para acionar o domínio alvo. Esta análise mostrou que a metáfora não só está presente nos textos de cunho amoroso para atrair a atenção do leitor, como se relaciona ao nosso modo de pensar as coisas, retratando uma forma de se conceber a realidade, o que comprova a teoria proposta por Lakoff e Johnson (2002) de que nossa linguagem é repleta de metáforas que regem nosso pensamento e nossa ação.
Palavras-chave: Semântica Cognitiva. Metáfora. Amor.
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