Um mapa é um documento geográfico na sua essência. Isso significa dizer que a localização é a informação mais importante (seja relativa a elementos físicos - rios, mares, montanhas - seja relativa a elementos geopolíticos - continentes, países ou simples povoados). Num mapa temático, o tema é colocado sobre o que se chama de base, que é elaborada de acordo com a finalidade. Num mapa linguístico, as informações linguísticas são registradas nas localidades (ou áreas) onde ocorrem e as diferenças encontradas para um mesmo fenômeno, chamam-se variantes. Se levada em consideração apenas a distribuição num mesmo território, tem-se a variação diatópica. Entretanto, variáveis sociais como idade, sexo e grau de escolaridade, dentre outras, também podem e devem ser levadas em conta e quando há diferentes realizações decorrentes da escolaridade, diz-se tratar-se de variação diastrática. O Atlas Linguístico da França, de Jules Gilliéron e Edmond Edmont, publicado entre 1902 e 1910, é considerado o marco da geografia linguística. Ao longo desses cem anos, vários outros atlas foram publicados em parte ou integralmente, sendo o pioneiro no Brasil o Atlas Prévio dos Falares Baianos APFB), de 1963. É natural que se pretenda estudar e avaliar as alterações ocorridas nas diversas formas de falar ao longo do tempo usando-se como referência os estudos anteriores realizados e representados. Normalmente, por conta das facilidades disponíveis de obtenção de mapas através da internet e alguns softwares aplicativos, a tendência atual é buscar as localidades dos mapas originais pelos respectivos topônimos. Muitas buscas tornam-se frustradas e outras, principalmente as de cunho sócio-econômico, equivocadas, já que a alteração de topônimos bem como a alteração nas esferas político-administrativas são bastante comuns. A presente comunicação apresentará através de alguns exemplos reais, algumas orientações em como usar, corretamente, as ferramentas atuais de mapeamento e busca para uma segura e confiável comparação.
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