Pretendemos, neste estudo apresentar elementos lexicais observados e analisados em Diamantina e seus distritos, região localizada no Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais. Os aspectos sociolinguísticos abordados foram coletados conforme proposta metodológica laboviana, parte-se do presente e volta-se ao passado. Foi feito trabalho de campo; gravações com informantes cujo perfil segue critérios do projeto Pelas Trilhas de Minas: as bandeiras e a língua nas Gerais, desenvolvido pela Faculdade de Letras da UFMG e coordenado por Maria Antonieta Mendonça de Amarante Cohen; transcrição ortográfica do material segundo as regras do projeto Filologia Bandeirante, coordenado por Heitor Megale e seleção das lexias representativas da cultural local. A comunidade em foco é um espaço marcado por práticas sociais e discursivas relacionadas às diversas atividades, entre elas a mineração, em ação desde o século XVIII. Nosso marco teórico conta com os estudiosos da Antropologia Linguística (Duranti, 2005), Sociolinguística (Labov, 2008; Milroy, 1987), Lexicologia (Biderman 1978, 1998, 2001, 2002) e Lexicografia (Haensch, 1982). Priorizamos o estudo do universo da palavra no seu contexto natural, social e cultural bem como sua estrutura semântica, produtividade, funcionamento e mudança. Preocupamo-nos em descrever estruturas regulares dentro de um sistema linguístico coletivo. A seleção das unidades léxicas ocorreu a partir de um corpus oral, extraído de audição, gravação e transcrição. Os dados evidenciam traços da história sociocultural, a constituição do espaço e seu processo de povoamento. A pesquisa ainda em processo revela um léxico com formas conservadoras e inovadoras, pois traz em sua estrutura ocorrências arcaizantes e neológicas. O tratamento lexicográfico desenvolvido propiciou a reprodução da língua falada, o acesso à escrita dialetal, informações etimológicas, linguístico-gramaticais, definição e exemplificação contextual.
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