O objetivo deste estudo é investigar a alternância subjuntivo/indicativo na fala de Fortaleza e do Cariri-CE. O foco da apresentação reside na investigação da atuação do tipo de verbo da oração matriz em orações completivas. Discute-se que o subjuntivo é uma forma que caminha para o desaparecimento nas língua neolatinas, nesse sentido, o tipo de verbo da oração é importante e tem-se mostrado uma variável com forte influência no fenômeno investigado, nessas comunidades de fala porque, a depender do verbo da oração matriz, o subjuntivo é categórico. A análise adota como pressupostos teórico-metodológicos a abordagem da Sociolinguística Variacionista (LABOV, [1972] 2008, 2003) que concebe a língua um sistema heterogêneo, a variação motivada por fatores de ordem linguística e social, sendo a variável linguística unidade integrante de estruturas maiores e facilmente quantificada numa escala linear. Os dados de fala do Cariri – CE foram coletados do banco de dados do Profala, projeto sediado na UFC e os dados de fala de Fortaleza foram selecionados do Projeto Norma Popular de Fortaleza (NORPOFOR), sediado na Universidade Estadual do Ceará (UECE). As amostras estão estratificadas em sexo, faixa etária e anos de escolaridade. Com base nos resultados, é possível afirmar que o tipo de verbo da oração é um dos grupos mais motivadores do fenômeno, nas duas amostras. Os resultados desse grupo de fatores apresentam indícios de que a forma do subjuntivo, apesar de apresentar baixa frequência de uso nas duas amostras em relação ao indicativo, é extremamente motivada pelo tipo verbo da oração principal: verbos volitivos favorecem o subjuntivo, verbos factivos desfavorecem o subjuntivo, sendo a alternância é condicionada por verbos cognitivos como acreditar, pensar, achar e crer. A despeito do desaparecimento do subjuntivo, acreditamos que esta é uma forma muito presente na Língua Portuguesa em determinados ambientes verbais.
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