Neste artigo pretende-se mostrar estudos do Português Popular Brasileiro (doravante PPB), nos moldes da Sociolinguística Quantitativa (LABOV, 1972, 1982, 1994). Através de uma pesquisa empírica, investigar-se-á as estratégias de uso do tempo futuro utilizadas pelos falantes populares do Recôncavo baiano, mais especificamente da sede do município de Cachoeira, o qual poderá ocorrer de diferentes formas, evidenciando-se um fenômeno variável. Trata-se de um estudo relevante, pois fornece uma amostra da variação linguística na morfossintaxe do português brasileiro. Sabe-se que o futuro pode ser realizado de diferentes maneiras: pela forma simples do verbo, também chamada de forma sintética, como em estudarei; pela forma de presente, geralmente acompanhada de advérbio, como em estudo amanhã, e pelas várias formas perifrásticas, como em vou estudar; irei estudar; tenho de estudar; tenho que estudar; vou estar estudando. Assim como acontece hoje, no percurso histórico da língua portuguesa sempre houve alternância entre as formas simples e formas perifrásticos de futuro. Assim, esta pesquisa se propõe a identificar as formas mais frequentes de realização do tempo futuro pelos falantes do Recôncavo baiano; descrever e analisar, de acordo com a proposta teórica, a expressão de futuro na comunidade em foco; verificar quais as mudanças que estão relacionadas ao uso das formas perifrásticas e das formas sintéticas para a indicação do tempo futuro; Com base na análise das variáveis sociais, analisar o fenômeno considerando a “variação estável” ou “ variação em progresso”.
PALAVRAS-CHAVE: Sociolinguística Quantitativa. Português Popular Brasileiro. Tempo futuro. Perífrases
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