Na contemporaneidade, verificamos que as crianças e jovens são circundadas por diferentes textos e seus suportes. As diferentes formas de narrar o mundo fomentam o desejo e o interesse pela leitura e pela escrita. Em consonância com Kleimam (1995), compreendemos que os eventos e as práticas de letramento acontecem em variados contextos sociais, incluindo a escola e as diversas agências de letramento que promovem diferentes letramentos, assim como também possibilitam a interferência em novos eventos e práticas em um movimento contínuo de produção de sentido e ampliação de visão de mundo/repertório cultural. Nessa concepção, compreendemos também que o movimento dinâmico de inserção e participação nas práticas socioculturais de leitura-escrita constitui-se no cerne do processo de letramento. Há, nessa perspectiva, uma pluralização do conceito de letramento ao reconhecer diferentes tecnologias e mecanismos de produção, reprodução e difusão de escrita, desvelando que os processos de letramento possuem traços comuns, pois envolvem práticas sociais de leitura e escrita em um contínuo de ampliação de significados e de comunicação. Neste artigo, discutiremos resultados parciais do projeto de pesquisa vinculado ao Grupo de Pesquisa GRUPLA da UTFPR-Curitiba que vem investigando os processos de letramento de professores e de estudantes do Ensino Fundamental dos anos finais e do Ensino Médio da Rede Pública de Curitiba-PR, no que diz respeito às concepções teórico-metodológicas que norteiam o processo de ensino-aprendizagem de leitura e de produção de textos em diferentes contextos socioculturais a fim de levantar as dificuldades encontradas por alunos e professores nesse percurso. Nesta etapa, verificou-se um distanciamento entre discurso e prática quando se acionam as concepções de linguagem, letramentos, leitura e produção de textos que estruturam o processo de ensino-aprendizagem de ensino de leitura e de produção de textos. Esta pesquisa fundamenta-se em Street (1995), Kleiman (1995), Rojo (2004) e Tfouni (2012).
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