Por meio da análise dos jornais “Folha de S. Paulo” e “Diário de S. Paulo”, dos anos noventa até os dias atuais, buscamos comprovar algumas questões relativas à imprensa paulistana no que diz respeito às estratégias discursivas em relação aos seus leitores. Como analisamos dois jornais escritos, em teoria, para públicos diferentes, enfatizaremos os recursos que projetam efeitos de sentido para envolver o interlocutor com o intuito de entender como se dá a construção do discurso da mídia impressa atualmente na cidade de São Paulo. Verificamos também, comparativamente, a existência de ideologias preconceituosas em relação às minorias em suas notícias, além de buscar fatos que comprovem que, com a ascensão de uma nova classe média, mudanças estão ocorrendo no sentido de acolher, ainda que de maneira camuflada, esta nova fatia da sociedade brasileira. Vale ressaltar que apostamos que haja uma certa diferença entre as abordagens de cada jornal, seja pela ideologia que seguem, seja pelo público que querem atingir. Para a realização deste trabalho, fundamentamos a pesquisa em perspectivas teóricas sobre a dimensão discursiva da ligação entre discurso e ideologia e sobre as estratégias de envolvimento e seus efeitos de sentido no discurso impresso jornalístico (VAN DIJK, 1984,1990; FAIRCLOUGH, 1989; WODAK, 1989 entre outros).
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