LÍNGUA PORTUGUESA NA DÉCADA DE SESSENTA: LINGUÍSTICA, GRAMÁTICA E EDUCAÇÃO
DIELI VESARO PALMA ¹, MARIA MERCEDES SARAIVA HACKEROTT ², REGINA HELENA PIRES DE BRITO ³
1. PUC/SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2. UNIP - Universidade Paulista , 3. UPM - Universidade Presbiteriana Mackenzie
ceda.hackerott@uol.com.br

Esta comunicação coordenada discute os resultados da pesquisa História Entrelaçada 6, produzida pelo Grupo de Pesquisa em Historiografia da Língua Portuguesa (GPeHL) e desenvolvido no IP-PUC/SP. Esse Grupo de Pesquisa congrega pesquisadores de diferentes universidades e estudantes de pós graduação. A cada dois anos, o grupo tem produzido pesquisas que analisam o conhecimento linguístico sobre a língua portuguesa desde o século XVI, expresso em documentos que tratam da gramaticografia, de materiais didáticos sobre o ensino da língua materna e de fontes diversas, como cartas, obras literárias, anúncios publicitários, etc. O trabalho História Entrelaçada 6 analisa a produção de obras metalinguísticas – gramáticas e manuais didáticos – em circulação nos anos sessenta do século XX, voltadas ao ensino da língua materna, seguindo os princípios propostos por Koerner (1996) e os procedimentos metodológicos adotado pelo GPeHL que também considera a posição do pesquisador frente ao seu objeto de pesquisa e assume, juntamente com Swiggers (1990), o papel de “observador de práticas”. Assim, nesta apresentação, serão apresentados os resultados de três pesquisas que compõem o trabalho História Entrelaçada 6, a saber: Mattoso Camara: a Gramática do Curso da Língua Pátria ao Manual de Expressão Oral e Escrita, de Maria Mercedes Saraiva Hackerott e Miguel Eugênio Almeida; Flor do Lácio: a prática da redação imitativa e o ensino da produção escrita, de Dieli Vesaro Palma e Maria Ignez Salgado de Melo Franco; e Jânio Quadros: Curso Prático de Língua Portuguesa e sua Literatura, de Marilena Zanon, Nancy Casagrande e Regina Pires de Brito. Esta amostragem possibilitará explicar as bases teóricas adotadas pelo Grupo e os procedimentos metodológicos observados nos diversos trabalhos. Os resultados dessas investigações mostram que os autores estudados sofrem influências das ideias que constituem o espírito de sua época, sobretudo as concepções linguísticas, bem como influenciam o período em que publicam seus trabalhos.