A Dialetologia, a partir do momento em que se firmou como ciência da variação, no alvorecer do século XX, teve sempre no seu método por excelência, a Geografia Linguística, o caminho para delinear passos e a forma de externar resultados. Assim, as primeiras informações sistematicamente apresentadas, aquelas que veicula o Atlas Linguistique de la France, apresentam um panorama linguístico da França, mostrando o que se diz ou se deixa de dizer em cada região. É a conjugação fato linguístico/espaço geográfico a tônica a aparecer nos dados que fornece. O correr do tempo e a nova configuração da sociedade levam a Dialetologia a ampliar o espectro do seu interesse e observação e, dessa forma, para além da relação fato linguístico/espaço geográfico, numa visão eminentemente monodimensional, passa a buscar, seguindo um caminho pluridimensional, as implicações sociais no uso da língua e os reflexos da variação social na seleção a que procede cada falante no seu ato de fala. Concebido, pois, segundo a égide de uma metodologia geolinguística pluridimensional, o Projeto ALiB procurou caminhos que permitissem, se não o conhecimento em profundidade de cada ponto visitado, pelo menos a identificação de fenômenos reveladores das características do português brasileiro associados ao espaço e aos fatores sociais. Tal procedimento há de permitir delinearem-se áreas dialetais cujas isoglossas indicarão uma divisão dialetal do Brasil fundamentada em dados empíricos e, paralelamente, vem a sugerir linhas para uma verticalização do conhecimento. O Projeto ALiB trará para os estudos de Língua Portuguesa e, particularmente, para os voltados para o português do Brasil, informações nos campos da fonética-fonologia, morfossintaxe, léxico, prosódia, pragmática e análise do discurso, tais como os referentes à seleção dos pronomes no trato com o interlocutor, ao gênero de certas palavras, às preferências lexicais de áreas ou de faixas etárias, entre outros.
PALAVRAS-CHAVE: Geolinguística. Atlas linguístico. Português brasileiro.
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