Esta pesquisa tem como tema a questão da variação e da mudança linguística das vogais médias /e, o/ no dialeto do Norte de Minas Gerais. Tendo em vista estudos realizados anteriormente sobre o assunto, assim como na região a ser estudada, verifica-se um complexo quadro dessas vogais. Além disso, tendo por base as fonologias não lineares, vemos que todas elas investigam, de maneira peculiar, questões referentes somente ao input do falante, ou, mesmo quando relativizam para o output, não levam em conta a percepção. Desse modo, não dão conta de todos os fatos inerentes ao comportamento das vogais médias /e, o/. Assim sendo, este estudo propõe-se a analisar o falar de moradores da região Norte de Minas Gerais para que, através da análise das ocorrências, possamos, através da teoria da complexidade, explicar a variação existente na região no que se refere à produção e à percepção das vogais /e, o/ pretônicas. Para tanto, entrevistamos falantes nativos de Montes Claros, Bocaiúva, Brasília de Minas, Januária e Janaúba com sexo, faixa etária, escolaridade e classe social diversificados. Após a transcrição e a análise quantitativa das entrevistas, analisamos a ocorrência das vogais médias em posição pretônica tendo-se em conta as variáveis linguísticas: distância da sílaba tônica; tipo de sílaba; vogal da sílaba anterior/seguinte; consoante precedente e consoante seguinte; nível do acento; classe de palavras; processo derivacional (existente ou não); tipo de vogal (aberta, fechada, nasalizada). Tendo em mãos os dados quantitativos, refletimos qualitativamente acerca das situações encontradas no comportamento das vogais médias /e/ e /o/ em posição pretônica. Os resultados iniciais indicam que, na região analisada, a produção das vogais médias pretônicas ocorre de maneira diferenciada, entretanto, dentro de cada uma das comunidades investigadas, é homogênea. Ainda, que o falante raramente produz as vogais de modo diferenciado, e não percebe a variação.
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